quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Pesadelo


Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado…
Assim que ela entrou no cômodo, a porta se fechou como se houvesse vento entrando pela janela. Marta olhou para trás, assustada, e já não viu mais uma parede. Viu-se cercada por uma floresta, e o quarto já não estava mais ali. Era um ambiente completamente diferente daquele da casa.
Marta, assustada, tentava colocar lógica em sua cabeça, em uma vã explicação do que estava acontecendo por ali. Mas nada que estava em sua mente era bom o suficiente. Marta já não tinha mais opções, e tinha perdido toda sua noção de tempo e espaço. Então resolveu explorar a floresta, em busca de uma saída.
Andou por um bom tempo, e não conseguiu sair da mata fechada. Marta agora estava em desespero, e não sabia mais o que fazer. Não fazia sentido algum ela estar ali, era pra ela estar em um simples quarto, desocupado, com paredes manchadas por infiltrações. E então ela sentou-se. Parou por um instante e tentou reorganizar as ideias. Tentou pôr em ordem seus pensamentos, que nesse momento já estavam turbilhonados, sem nexo. Ficou parada, estática, por alguns minutos, e então abriu os olhos, e se deparou com um lugar completamente diferente.
Era uma clareira. Havia uma grande pedra no centro, que recebia luz do sol. Por perto, algumas plantas, mais rasteiras, e algumas flores, sem muita cor. Ela foi até a pedra, nesse ponto, já mais confusa do que antes; mas, sem desespero, pois já tinha se acostumado com a ideia de aquilo não fazer sentido.
Ela parou no meio da pedra, e tentou enxergar o que havia mais longe dali. Mas as árvores eram altas, e não havia como visualizar. Ela se perguntou pra onde ir. E uma voz no seu subconsciente respondeu: Para baixo. Ela viu um vulto passar à sua frente, e então esfregou os olhos pra tentar ver melhor. Mas quando os abriu, o cenário era outro...
Dessa vez era um campo, com mais vida, florido, com colinas ao longe. E um pequeno lago à sua frente. Ali o sol brilhava, sem timidez, e a água refletia os raios solares, fazendo de lá a vista de um pequeno paraíso singular.
Marta que já havia desistido de procurar sentido, procurou apenas entender a voz. “Para baixo”, e foi tudo que tinha escutado. Mas o que isso queria dizer? Ela viu como única solução o lago. E mergulhou. E viu algo que a deixou tremendamente assustada.
Ela se viu, no fundo, um corpo pálido, sem movimento, como se tivesse sido deixado ali há dias. Ela não sabia o que fazer, e estava desesperada demais para pensar. Mas resolveu seguir a voz, e foi mais fundo. Já estava na água fazia tempo, e não sentia vontade de voltar e respirar, como se fosse natural respirar debaixo d’água.
Chegou ao corpo. Era como se estivesse olhando para um espelho. Resolveu tocar, e encostou a mão, suavemente em seu “próprio” rosto. E acordou.
Assustada, em uma cama. Sentia-se bem por estar em casa, mas não entendia nada. Resolveu perguntar sobre o acontecido, mas ninguém sabia de nada. Era uma alucinação. Um pesadelo, sonho ruim, que ela esperava nunca mais ter de novo. Desceu até o mesmo quarto, e abriu a porta, hesitante, pelo que havia “acontecido”. Entrou e fechou a porta.
E viu que era só um quarto comum, sem surpresas, sem florestas, campos ou clareiras. Era só um quarto velho, com as paredes manchadas pela infiltração e pelo tempo, que iria fazê-la lembrar por anos do pesadelo que ela podia jurar ter sido real.

Gabriel Henrique - 37

Um comentário:

  1. A ULTIMA PARTE DA HISTORIA FOI TENSA RSRS... MAS BASTANTE CRIATIVA COM PARTES DIVERSAS, MAS COMO JA DISSE GOSTO DE HISTORIAS LONGAS

    CAMILA 05
    TURMA 306

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