terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A mudança nos anos

Márcio havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Márcio foi se sentar com ela iniciando uma conversa agradável.
Márcio percebeu que já conhecia aquela moça de algum lugar. Como ela era linda, parecia de outro mundo, mas preferiu não interromper um papo tão agradável com perguntas sem importância naquele momento. Já beirava as quatro da manhã quando a moça decidiu que já era hora de ir embora, perguntando então se ele a acompanharia até a porta de sua casa. E ele, como o cavalheiro que era, disse que tudo bem. No caminho até a casa da moça, Márcio decidiu indagá-la de onde poderia tê-la conhecido, e ela com um sorriso malicioso lhe disse que os dois já haviam frequentado a mesma turma quando mais jovens e que ela havia gostado muito dele naquela época e que nunca havia sido correspondida. Ele então, como que num filme, voltou aos anos que passaram e se recordou dela. Mas como ela havia mudado, passado de menina ingênua e boba a mulher linda e esperta. Márcio não queria então perder contato com aquela mulher novamente e resolveu então lhe pedir o telefone e ela já com planos de fazê-lo ver o que perdeu, resolveu dar seu número.
Naquela noite, Márcio quase não conseguiu dormir só pensando em como aquela garota havia mudado e como queria ter pelo menos o prazer de estar com ela novamente. Já do outro lado da cidade, ela imaginava em como se magoou por aquele homem e em como ela faria para fazê-lo ver o tamanho mal que ele a fez.
No dia seguinte, ele resolveu ligar pra convidá-la pra sair com ele à noite, mas, como ela trabalhava muito, resolveu não aceitar o convite daquela noite. Ele sem entender direito a recusa a aceitou, mas decidiu que, por uma questão de honra, aquela mulher nem que por uma noite seria dele. Os dias foram passando e os dois sempre se falavam por telefone e ele descobriu que queria aquela mulher mais que por uma noite, queria ela do seu lado por muito tempo para compartilhar com ele todos os momentos. Numa noite chuvosa, ele resolveu ir até sua casa pra terem uma conversa sobre o que ela iria decidir. Se iria continuar nesse jogo de corre atrás ou se iria lhe dar uma chance para ela ver que ele também havia mudado, havia virado um homem de verdade capaz de fazê-la feliz.
Chegando lá ele a encontrou fazendo as malas. Espantado, ele perguntou a ela o que estava acontecendo e ela lhe disse que havia recebido uma proposta de emprego para ir para o exterior e como pensava mais nela do que em qualquer outra coisa resolveu aceitar e que iria partir na manhã seguinte bem cedo. Ele, muito assustado e sem acreditar no que estava acontecendo, perguntou a ela se ele poderia tentar fazê-la mudar de ideia. Ela o olhou bem no fundo de seus olhos e, com um sorriso sarcástico no rosto, lhe agradeceu dizendo que ele havia feito por ela mais do que imaginava, ele havia lhe transformado em uma mulher guerreira, que corria atrás de tudo que almejava sem pensar em mais ninguém, a não ser nela mesma. E que ele havia feito com que ela descobrisse que na vida não vale a pena ser verdadeiro com ninguém. Ele pensando em tudo que havia lhe dito naquele instante viu que havia transformado aquela menina inocente em uma mulher amarga, porém forte.
Descontente, Márcio foi embora despendido-se dela com um abraço tão forte que ele jamais esqueceria. Com tudo isso, Márcio percebeu que as mulheres devem ser tratadas sempre como se fossem a última da Terra, pois depois que se perde o que tanto deseja, as coisas não são mais do mesmo jeito. Anos depois, ele havia se casado e tido filhos e ela havia se tornado uma mulher bem sucedida tanto na vida profissional quanto na vida afetiva.

Elisangela - 13

Um comentário:

  1. Bacana o texto parece que isso ocorreu na vida real como se a pessoa que fez o texto passou por isso parabens! Aurélio Carlos 307

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