terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A casa assombrada

Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado. Ao entrar, logo percebeu um barulho um tanto quanto estranho. Algo como leves sussurros que lembravam a voz de crianças brincando. Assustada, ela decidiu chamar o irmão Pedro, para verificar o que era (afinal, foi a primeira a entrar naquele quarto sombrio), saiu gritando pela casa:
_ Pedro, Pedro, venha aqui rápido.
O irmão apavorado, foi até ela, verificar o que tinha ocorrido, chegando lá, ela disse a ele que estava assustada, pois entrou em um cômodo que todos menosprezaram, e percebeu que havia algo lá dentro, e queria que ele verificasse. Pedro logo começou a ri:
_ Ah, Marta... Você me tirou da minha cama, para me falar de seus medos, e de supostos fantasmas, era só o que me faltava.
Marta, furiosa por seu irmão não acreditar nela, foi para o seu quarto com um certo receio. Chegando lá, arrumou tudo, e foi tentar dormir, mas nada de sono. No dia seguinte, Marta resolveu contar o acontecido para o resto da família. Eles ficaram surpresos, mas resolveram avaliar o caso. A mãe de Marta, medrosa como a filha, começou a dizer:
_ Não é possível, que mudamos para uma casa mal assombrada. Ah, não.
Com aquilo na cabeça resolveram ir até o quartinho à noite. Foram a mãe e o pai de Marta. Chegaram até o quarto, abriram a porta, e nada. Quando o pai já ia xingar a filha por falar coisas sem coerência, eles ouviram um ruído, e vozes, como se fossem crianças chorando e gemendo. A mãe de Marta, surpresa e quase sem voz, se agarrou no marido e disse:
_ Meu amor, a casa está trancada, não há ninguém aqui.
O marido era daqueles que mesmo ouvindo teria que ter mais provas, para realmente dizer que tinha achado estranho. Os dois voltaram ao quarto e foram falar com Marta, a filha falou:
_ Eu não disse, e o Pedro ainda desacreditou.
Todos esperaram o filho chegar na sala, para contar o acontecido. Quando o filho chegou, eles contaram, mas o cara era daqueles do tipo “machão”, não acreditava nessas coisa. Ele disse:
_ Vocês são uns medrosos. Vão ver que irei lá e não vai acontecer nada!
Pedro entra no quarto e ouve um grito. Pensou com ele: “Nossa, tem algo aqui mesmo.”
Ele começou a gritar aos quatro cantos do quarto, fazendo um desafio ao tal fantasma.
_ Se tiver alguém aqui mesmo, vem cá conversar comigo! ANDE, APAREÇA.
Mas nada aparecia. Com raiva, Pedro vai dormir, quando de repente, vê uma pessoa na sua frente. Era a figura de um homem, mas aparecia e de repente sumia novamente. Pedro tinha vontade de atirar algo naquilo, mas não conseguia, porque era muito rápido.
No dia seguinte, todos se levantaram, estavam exaustos. Foi uma noite mal dormida, acompanhada de frio e de estranhos sons, principalmente para Pedro. Ele acreditava ouvir aquilo por ter desafiado o fantasma. Estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Afinal, não acreditava nessas histórias que antes ironizava e reagia com deboche quando alguém vinha lhe contar, pensou consigo:
- Eh, devo tá pagando língua, eu que sempre disse que fantasmas não existem, e que isso é invenção desses velhos que não têm o que fazer.
Mas precisava se livrar disso, dessa coisa dentro de sua casa, que sequer sabia o que era. Procurava demonstrar tranquilidade, mas se fosse possível ler seus pensamentos estes revelariam toda a fragilidade mental e o pânico que se instalara no seu cérebro.
Irritado, decidiu falar com os pais e a irmã, e contar que viu o fantasma e que tomassem alguma providência. O pai resolveu conversar com vizinhos sobre a casa. Batendo de porta em porta, um senhor e uma dona de casa lhe atenderam e disseram-lhe:
- Meu senhor, me desculpe, mas essa casa está à venda há anos. Ninguém queria comprá-la, pois o boato que corre é que tem uma alma penada em um dos quartos da casa, pois no mesmo foi morta uma empregada há muito tempo atrás com seu bebê. Aí falam que o espírito dela está lá até hoje, e que só iria sossegar quando conseguisse alguém para fazer companhia a ela na eternidade, por isso não se pode entrar no quarto sozinho.
Doutor Paulo César (pai de Marta) ficou de boca aberta com a história, e até mesmo com um certo receio. Agradeceu ao vizinho pelas informações e voltou para casa. Chegando em casa, contou tudo para a família e pediu que ninguém entrasse mais no quarto, antes que fosse exorcizado.
No dia seguinte, uma notícia terrível. A família notou que havia dois dias que Marta não dormia em casa. A mãe começou a ficar preocupada e procurar a filha. O pai e o irmão procuraram divulgar em TV, rádio, e etc... Enquanto a mãe procurou em 1º lugar uma igreja. A família encontrou uma blusa dela jogada no chão e nada mais. Até hoje Marta simplesmente desaparecera. Passaram-se dias, meses, anos, porém o mistério permanece. Nunca mais a viram. A família se mudou novamente. A grande casa continua presente naquele bairro sombrio. As histórias continuam e Marta agora faz parte da lenda...

Thauane - 32

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