terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O mistério da caverna

Fernando estava em uma excursão com seus colegas da escola. Eles foram para gruta da Lapinha num sábado. Todos estavam se divertindo muito com a bela paisagem. Quando entraram numa trilha, Fernando ficou admirando as estalactites milenares e não percebeu que os colegas haviam continuado a andar. Quando se deu conta, estava perdido. Rodando dentro da gruta, preocupado em ser deixado para trás, o rapaz acabou encontrando mais dois amigos, Alice e Pedro. E os três começaram a procurar desesperados pelo resto do grupo. Eles gritaram, tentaram o celular choraram, rodaram, mas não viram nem sinal do pessoal.
Aquele era um sábado de tempo nublado e frio, mas o momento de estresse dos garotos fez com que sentissem calor deixando suas blusas de frio em cima de uma pedra onde haviam parado por alguns minutos para descansar.
A noite já vinha caindo. Fadigados, resolveram deitar em um dos vários becos da caverna, até porque mesmo com a lanterna já não estavam enxergando muito bem.
Pedro foi quem acordou primeiro, e se assustou com que estava vendo. Eles já não estavam mais onde haviam parado para dormir, mas sim no alto de uma rocha à beira-mar. Esfregou os olhos para ter certeza de que o que estava vendo era real, acordou os amigos aos berros dizendo:
- Nando, Alice! Olhem onde estamos, como viemos parar aqui? Estou sonhando?
E os amigos o responderam começando por Fernando:
- Como assim? Nós não saímos do lugar, que loucura!
- Gente, que brincadeira é essa?
E no meio de todo aquele falatório houve um silêncio repentino.
Um barulho muito suspeito que começava longe parecia se aproximar. Era como algo muito pesado a rolar pelo chão. Então olharam para o outro lado daquele pico e...
- Nossa!
- Não acredito!
- Eu quero ir embora daqui!
Eles avistaram uma cidade totalmente feita de pedras empilhadas, onde tinham pessoas muito mal vestidas. Começaram então a descer correndo em direção aquela estranha civilização, mas que no momento aparentemente seria a solução deles.
Quando já estavam perto daquele povo viram que pessoas chicoteavam pessoas mais mal vestidas, mirradas e com semblante triste.
Pedro então gritou:
- Que absurdo é esse, como vocês podem estar fazendo isto em pleno o século XXI?
- Fernando logo o puxou para o meio dos arbustos e começou a xingar:
- Cara, você é louco? Não percebeu o que se passa?
E Alice disse:
- O que se passa, Fê?
- Nós não estamos no século XXI!
- Não?
- É claro que não! Isto tudo está mais é para Idade da Pedra. Não sei como, mas parece que ao dormirmos na gruta voltamos no tempo em uma espécie de regressão psicológica, acho que na verdade estamos presos em nossas próprias mentes!
- Que horror, e o que fazemos para sair daqui.
- Não sei.
E Pedro fala:
- Já sei! Se a gente for lá e levar uma surra daqueles caras talvez possamos conseguir voltar!
- Pedro, cala a boca! Não força a gente a te dar um soco. - disse Alice, que gostava de Pedro, mas às vezes não suportava sua infantilidade e tinha uma paixãozinha por Fernando, a quem só chamava de Fê.
Em meio a toda aquela confusão, chegou um pequeno garoto chamado Jós e falou:
- Vocês não são daqui não é? Pude perceber pelo pouco da conversa de vocês, que eu estava ouvindo. Posso dar um conselho?
- Pode. - disseram os três assustados.
- Fujam, saiam daqui enquanto há tempo, pois uma vez marcados jamais conseguirão sair daqui.
Eles agradeceram à criança e, como já estavam com medo do lugar, saíram correndo.
Já estafados, com fome e sono, deitaram embaixo de uma árvore imensa dentro de uma mata para onde haviam corrido. Novamente Pedro, Alice e Fê se deitaram, sendo que Alice ouviu uma romântica declaração de Fê que dizia:
- Não estou feliz por estar aqui, mas já que estou, que bom que tenho você comigo!
E Alice respondeu:
- Fê, eu sempre te amei!
- E você só fala isso agora?
- É, tinha medo de sua reação ao saber disto.
- Então saiba que meu sentimento por você é recíproco!
Pedro quebrando o clima resmunga:
- Aí! Parem com essa melação que eu quero dormir.
Então o casal apaixonado se beijou e adormeceram abraçadinhos.
Ao amanhecer, acordaram com os berros dos bombeiros e professores que vibravam por encontrar, na gruta da Lapinha, os três alunos perdidos sãos e salvos.
Depois de algumas horas em observação no hospital, Alice, Pedro e Fernando se encontraram na lanchonete do mesmo. Estava aquele silêncio. Alice não aguentou:
- Gente, vocês por acaso lembram da cidade de pedra, do que a gente viveu?
- Você também? - disse Pedro.
E Fê:
- Nossa, achei que tinha sido somente um sonho meu! Sinistro.
Então os jovens encabulados por terem sonhado a mesma coisa decidiram que voltariam ao misterioso local para descobrir qual era o mistério daquela caverna, onde aconteceram tantas coisas, inclusive deu vida e trouxe para à realidade o intenso amor de Alice e Fernando!

Cibelle - 37

A casa assombrada

Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado. Ao entrar, logo percebeu um barulho um tanto quanto estranho. Algo como leves sussurros que lembravam a voz de crianças brincando. Assustada, ela decidiu chamar o irmão Pedro, para verificar o que era (afinal, foi a primeira a entrar naquele quarto sombrio), saiu gritando pela casa:
_ Pedro, Pedro, venha aqui rápido.
O irmão apavorado, foi até ela, verificar o que tinha ocorrido, chegando lá, ela disse a ele que estava assustada, pois entrou em um cômodo que todos menosprezaram, e percebeu que havia algo lá dentro, e queria que ele verificasse. Pedro logo começou a ri:
_ Ah, Marta... Você me tirou da minha cama, para me falar de seus medos, e de supostos fantasmas, era só o que me faltava.
Marta, furiosa por seu irmão não acreditar nela, foi para o seu quarto com um certo receio. Chegando lá, arrumou tudo, e foi tentar dormir, mas nada de sono. No dia seguinte, Marta resolveu contar o acontecido para o resto da família. Eles ficaram surpresos, mas resolveram avaliar o caso. A mãe de Marta, medrosa como a filha, começou a dizer:
_ Não é possível, que mudamos para uma casa mal assombrada. Ah, não.
Com aquilo na cabeça resolveram ir até o quartinho à noite. Foram a mãe e o pai de Marta. Chegaram até o quarto, abriram a porta, e nada. Quando o pai já ia xingar a filha por falar coisas sem coerência, eles ouviram um ruído, e vozes, como se fossem crianças chorando e gemendo. A mãe de Marta, surpresa e quase sem voz, se agarrou no marido e disse:
_ Meu amor, a casa está trancada, não há ninguém aqui.
O marido era daqueles que mesmo ouvindo teria que ter mais provas, para realmente dizer que tinha achado estranho. Os dois voltaram ao quarto e foram falar com Marta, a filha falou:
_ Eu não disse, e o Pedro ainda desacreditou.
Todos esperaram o filho chegar na sala, para contar o acontecido. Quando o filho chegou, eles contaram, mas o cara era daqueles do tipo “machão”, não acreditava nessas coisa. Ele disse:
_ Vocês são uns medrosos. Vão ver que irei lá e não vai acontecer nada!
Pedro entra no quarto e ouve um grito. Pensou com ele: “Nossa, tem algo aqui mesmo.”
Ele começou a gritar aos quatro cantos do quarto, fazendo um desafio ao tal fantasma.
_ Se tiver alguém aqui mesmo, vem cá conversar comigo! ANDE, APAREÇA.
Mas nada aparecia. Com raiva, Pedro vai dormir, quando de repente, vê uma pessoa na sua frente. Era a figura de um homem, mas aparecia e de repente sumia novamente. Pedro tinha vontade de atirar algo naquilo, mas não conseguia, porque era muito rápido.
No dia seguinte, todos se levantaram, estavam exaustos. Foi uma noite mal dormida, acompanhada de frio e de estranhos sons, principalmente para Pedro. Ele acreditava ouvir aquilo por ter desafiado o fantasma. Estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Afinal, não acreditava nessas histórias que antes ironizava e reagia com deboche quando alguém vinha lhe contar, pensou consigo:
- Eh, devo tá pagando língua, eu que sempre disse que fantasmas não existem, e que isso é invenção desses velhos que não têm o que fazer.
Mas precisava se livrar disso, dessa coisa dentro de sua casa, que sequer sabia o que era. Procurava demonstrar tranquilidade, mas se fosse possível ler seus pensamentos estes revelariam toda a fragilidade mental e o pânico que se instalara no seu cérebro.
Irritado, decidiu falar com os pais e a irmã, e contar que viu o fantasma e que tomassem alguma providência. O pai resolveu conversar com vizinhos sobre a casa. Batendo de porta em porta, um senhor e uma dona de casa lhe atenderam e disseram-lhe:
- Meu senhor, me desculpe, mas essa casa está à venda há anos. Ninguém queria comprá-la, pois o boato que corre é que tem uma alma penada em um dos quartos da casa, pois no mesmo foi morta uma empregada há muito tempo atrás com seu bebê. Aí falam que o espírito dela está lá até hoje, e que só iria sossegar quando conseguisse alguém para fazer companhia a ela na eternidade, por isso não se pode entrar no quarto sozinho.
Doutor Paulo César (pai de Marta) ficou de boca aberta com a história, e até mesmo com um certo receio. Agradeceu ao vizinho pelas informações e voltou para casa. Chegando em casa, contou tudo para a família e pediu que ninguém entrasse mais no quarto, antes que fosse exorcizado.
No dia seguinte, uma notícia terrível. A família notou que havia dois dias que Marta não dormia em casa. A mãe começou a ficar preocupada e procurar a filha. O pai e o irmão procuraram divulgar em TV, rádio, e etc... Enquanto a mãe procurou em 1º lugar uma igreja. A família encontrou uma blusa dela jogada no chão e nada mais. Até hoje Marta simplesmente desaparecera. Passaram-se dias, meses, anos, porém o mistério permanece. Nunca mais a viram. A família se mudou novamente. A grande casa continua presente naquele bairro sombrio. As histórias continuam e Marta agora faz parte da lenda...

Thauane - 32

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A vingança

Pablo havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela, mesmo sendo muito tímido e não tendo muito jeito com as mulheres, logo então se apresentou:
_ Prazer, meu nome é Pablo.
_ Prazer, meu nome é Jéssica, de onde você é? _ Disse Jéssica olhando nos olhos de Pablo.
Ele impressionado por sua enorme beleza diz meio gaguejando:
_ E... e... eu moro aqui em Belo Horizonte mesmo, e você? _ Ele não gostava de falar seu bairro, pois tinha vergonha da favela onde morava e medo de alguma favela rival.
_ Eu moro por aqui também!
Pablo chamou o garçom e pediu uma cerveja para os dois, virou-se para ela e disse:
_ Estou curioso para saber por que que você me olhou tanto, não adianta falar que foi porque você me achou bonito porque eu não sou, e já vou logo avisando, eu também não tenho dinheiro.
Depois de uma risada de leve, ela virou-se para ele e disse:
_ Bobo!!! Cada pessoa tem uma opinião, a minha é porque fiquei, de um certo modo, encantada por esse seu jeito desengonçado e inocente. Mas se quiser eu me levanto e vou embora daqui e prometo nunca mais te atormentar.
O garçom então chega com a cerveja e serve os dois, Pablo ainda sem jeito de falar com a Jéssica – pois nunca teve muito contato com mulheres além de sua ex-namorada – dá uma golada exagerada se vira pra ela tentando fazer um jeito galã e fala:
_ Não precisa não. Minha noite será melhor com você!!!
A moça não resiste e dá uma gargalhada e diz:
_ Para de tentar ser galã que assim você pode acabar perdendo a oportunidade de poder continuar conversando comigo, e de quem sabe poder aproveitar mais comigo (ou seja um thuplack no thuplick no thuplay) a sós.
E papo vem e papo vai, bebida vem e bebida vai, finalmente ele virou pra Jéssica e falou:
_ Nós estamos aqui neste bar pelo mesmo motivo, e você já sabe disso, acho que seria legal se a gente ficasse.
Ela já sabendo o que ele queria, simplesmente aceitou. E naquele rala e rola, naquela pegação e o “fogo” subindo, Jéssica chama Pablo para irem para a casa dela. Chegando lá, mesmo o Pablo com sua enorme timidez, ele tira a roupa e se sente um pouco mais à vontade, então Jéssica vira para ele e pergunta:
_ Deixa eu te amarrar???
Ele com uma cara de espantado, diz rapidamente um NÃO, ela faz uma carinha de dó e fala:
_ Por favor, prometo que não irá se arrepender!!!!
Ele ainda com medo, mas com uma enorme vontade de ter aquela linda mulher em seus braços, acaba cedendo seus desejos. Então ela o amarra em sua cama com algumas algemas que havia guardado em sua gaveta, quando de repente entram dois homens fortemente armados e com uma toca ninja no quarto. O que o Pablo menos desconfiava era que Jéssica, aquela linda mulher exuberante estava no plano para que os tais homens pegassem ele para torturá-lo, pois ele era de uma favela rival.
Após uma surra dos homens, ele foi mandado de volta para o lugar humilde onde morava com casas simples e pessoas humildes e trabalhadoras que só queriam sustentar sua família. Mas os tais “homens” que o surpreenderam deixaram um recado escrito em uma folha de caderno para que ele pudesse dar ao seu primo Danilo, que “governava” o morro. Então, quando chegou na sua favela todo machucado, a primeira coisa a fazer foi ir até a casa de seu primo dar a tal notícia. Chegando lá ele deu de cara com sua família em prantos, sua mãe chorando veio correndo e o abraçou bem forte, ele olhou para todos e disse:
_ Calma, gente, eu estou bem!!! Mas cadê o Danilo? Preciso conversar uma coisa muito séria com ele.
Um vizinho que estava perto de sua família saiu correndo à procura de Danilo, Pablo não aguentando de dor e cansaço pela longa noite que teve, não aguentou, deitou e dormiu o resto do dia.
À noite, quando acordou, deu de cara com seu primo. Danilo não era daqueles caras fortes, era um magrelo franzino que usava um bigode amarelo, cheio de marcas no rosto, mas era um homem muito poderoso na comunidade. Danilo já foi logo perguntando:
_ Quem que fez essa porra com você? O que que você tava querendo conversar comigo???
Pablo ainda meio atordoado pelo cansaço respondeu:
_ Danilo, você está correndo um grande perigo!! Eu não sei o que eles devem fazer, mas não vai ser uma coisa boa! Eles me deram esse bilhete para eu lhe entregar.
Danilo então leu o Bilhete que dizia:

Danilo então não mostrou nenhuma emoção mas tomou a decisão de ir atrás das tais pessoas que poderiam ter feito aquilo com Pablo.
Danilo e Pablo fizeram uma lista com os suspeitos do tal acontecimento, entre eles estava o poderoso “Cruz”, dono da maior parte do tráfico de Belo Horizonte, grandioso, ambicioso e respeitado, não tinha dó, nem coração.
Ele morava em uma das maiores favelas de Minas Gerais, poucos o conheciam pessoalmente. Pablo e Danilo chegaram à conclusão disso porque entre todos ele era o único que não tinha uma “certa” ligação com Danilo. Um tempo atrás, ele queria uma parte da favela de Danilo, tanto em lucro, quanto em território. Em troca disso, Danilo teria “segurança” em seus negócios e teria o luxo à sua disposição, mas Danilo não aceitou esse acordo.
Mas para chegar até ele não seria nem um pouco fácil. Então Pablo, Danilo e pessoas de confiança que trabalhavam para Danilo se juntaram para formar um plano meio que estranho. Eles decidiram que Danilo iria entregar a área em que ele tomava conta mas com uma condição, ele queria conversar com Cruz pessoalmente, mas eles iriam fazer uma emboscada certeira para ele, eles queriam fazer ele pagar por cada minuto que ele fez Pablo sofrer.
Depois de algumas semanas, com tudo já combinado, Pablo decidiu entrar nessa vida de crime, ele acabou sendo o braço direito de Danilo, e ele mesmo entrou em contato com Cruz:
_ Eu quero falar com Cruz! - disse Pablo num tom de autoridade.
_ Quem é? - Disse alguém, com uma voz feminina parecendo que era a “secretária” dele.
_ Fale que eu sou o porta-voz do Danilo!
_ Só um minuto.
Pablo com muito nervosismo não parava de tremer, pois afinal estava conversando com um peixe grande, então de repente uma voz grossa disse:
_ O que você quer?
_ Quero conversar sobre o território do Danilo, que você estava interessado, lembra?
_ Hum... ele aprendeu a lição não é? - uma risada meio que medonha. - Mas assuntos assim tenho que conversar é com ele, não com um simples “escravo”, era ele que tinha que ligar, não você!!!
_ Mas melhor do que isso, ele quer encontrar com você para que possam conversar melhor.
_ Hum... interessante, vamos fazer o seguinte: me encontra sábado na Praça da Estação, às 14:00 em ponto, sem ninguém com ele, vamos fazer negócios.
_ Nós estaremos lá! - disse Pablo, em seguida desligou o telefone.
Esses dias de espera foram longos. Danilo andava de um lado para o outro pensando em um jeito certo e eficiente para poder dar certo sua armadilha e não só vingar o que ele fez com seu primo mas também de um certo modo iria conquistar o poder de Cruz, porque aliás se ele matasse Cruz ele teria um grande respeito daqueles que também atuavam naquele rumo.
Chegou então o dia esperado. O plano parecia que estava correndo tudo bem, só tinha uma coisa: eles sabiam que Cruz não seria burro o suficiente para cair em uma cilada tão fácil. Ele sabia que os seus “capangas” estariam lá e qualquer vacilo seria fatal. Então decidiram levar todos, mas quando eu falo todos, é porque são todos que eram amigos ou que trabalhavam para Danilo, cerca de 300 pessoas. Fizeram um plano de última hora. Apenas 10 (os de mais confiança) iriam com Pablo e Danilo enfrentar cara a cara Cruz sem arma alguma. Os demais ficariam escondidos por ali perto e outros em outros quarteirões. Danilo, que tinha um dinheiro guardado (aliás, uma boa quantia), comprou uma arma de longo alcance e “contratou” um antigo atirador de elite com experiência em diversas batalhas, esse era um rapaz simples que morava lá na comunidade, e o colocou em um prédio distante, com uma vista bastante ampla para a praça, esperando só o momento certo para dar um único tiro e encurralar os “capangas” do Cruz.
Então, às 14:00 em ponto, chega Cruz nem um pouco humilde em seu Carro de luxo (não vou falar a marca porque não quero fazer merchandising). Então o carro para e fica aquele silêncio parecendo filme, quando de repente desce um rapaz e abre a porta de trás. No que ele abriu a porta, desceu o tal Cruz, um homem já com um pouco de idade, mas não velho, em torno de uns 45 anos, mas mesmo assim se mostrava forte e impunha respeito, vestindo um casaco de couro e calça jeans e usando um óculos escuro estilo Ray Ban. O pior de tudo, ele estava acompanhado por aquela mulher que havia ajudado a fazer a emboscada para Pablo. Então ele tirou os óculos, olhos nos olhos de Pablo e Danilo e disse:
_ Isso que é vir desacompanhado?
_ Isso é somente uma precaução! Não sei do que você é capaz, então resolvi não confiar. - disse Pablo.
_ É, então você estava certo!
Nesse momento, vieram dois carros em alta velocidade, deram um 180º no meio da praça, desceram alguns homens e correram em direção de Cruz para cercá-lo e ainda vieram um monte de “capangas” fortemente armados para dar um certo “reforço” para Cruz. Nesse momento, as pessoas que estavam com Danilo vieram e o cercaram também, então Pablo virou para Cruz e falou:
_ Seu erro foi achar que nós éramos bobos!
_ Vocês não vão conseguir sair daqui com vida! - Falou Cruz em um tom ameaçador.
_ Será? - disse Danilo.
Nesse momento, o rapaz que o Danilo tinha contratado para ficar de “plantão” atirou bem na cabeça de Cruz, as pessoas cercaram Danilo e começou o tiroteio. Danilo e Pablo correram para lados diferentes, procuraram uma arma mais perto para ajudar e foram para cima dos capangas, mas os “capangas” de Cruz não foram páreos para os de Danilo.
Então, quando tudo acabou, todos ficaram com uma cara de espanto, pois ninguém nunca tinha passado por uma situação daquela. Mesmo com as mortes, Pablo até que ficou aliviado com tudo que aconteceu, mas quando ele procurou por Danilo ele viu o corpo dele estendido no chão, imediatamente ele saiu correndo para socorrê-lo. Chegando lá, Danilo tinha tomado um tiro no pulmão, já estava ficando sem ar, Pablo pegou-o no colo, com os olhos transbordando em lágrimas, e gritando apavorado ele disse:
_ ALGUEM CHAMA A PORRA DA AMBULÂNCIA !!!!!!!!!!
Danilo, quase não conseguindo falar disse:
_ Não precisa, Pablo, você foi forte o suficiente, cuide do que é meu e do que agora é nosso.
_ Danilo, não vá!!
_ Corra antes que a polícia chegue aqui.
Nesse momento, alguns amigos que estavam por perto ainda, pegaram Pablo pelos braços e tiraram ele de lá aos sons das sirenes.
Chegando ao morro, a noticia já tinha se espalhado e Pablo já era visto como o novo dono de lá e não somente dali, mas de todas as periferias que Cruz tinha algum controle e assim ele ficou conhecido por muitos e ficou sendo um dos mais procurados pela polícia. Pablo entrou de vez nessa vida, e é hoje o mais temido.

Eslon - 09

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A maldição do coelho


Fabiano sempre brincava em um parque próximo à sua casa. Nesse parque havia alguns brinquedos e um bosque muito bonito. Às vezes, ele entrava no bosque, mas no máximo uns dez metros. Numa certa tarde, resolveu que ia explorar mais esse bosque. Então, foi adentrando quando se deparou com um coelho acinzentado. Mas não era um coelho pequeno, devia ter pelo menos um metro de altura, pois, para ficar mais estranho ainda, o animal estava ereto sobre as duas patas traseiras, Fabiano começou a ficar um pouco apreensivo diante daquela estranha criatura que já não mais parecia ser um simples coelho apesar de sua altura.
O estranho bicho ou um extraterrestre (já não se sabia mais o nome) começou a uivar, seus olhos se encheram de sangue, o lugar que até então era um bosque muito bonito ia ficando cada vez mais obscuro. Fabiano não achou alternativa a não ser correr em direção da escuridão, até que então avistou de longe uma sombra muito estranha. Chegando mais de perto, Fabiano percebeu que era seu primo Mateus.
Fabiano desesperado começou a gaguejar e Mateus sem entender nada tentou acalmar seu primo. Ele se acalmou e começou a contar para Mateus o que tinha acontecido no bosque. Mateus, muito curioso, resolveu entrar lá para ver se o que Fabiano estava dizendo era realmente verdade. Mateus entrou no bosque mas não viu nada, e voltou para trás, zoou seu primo por estar imaginando coisas e disse que Fabiano deve ter se assustado com uma borboletinha à toa que encostara-se a ele.
Fabiano ficou com raiva e foi para casa, mas não acreditava que o primo não tinha visto o coelho. Ele então resolveu voltar ao bosque no dia seguinte para provar que não estava ficando doido e nem imaginando coisas.
Chegando ao bosque, foi andando devagar até que deu de cara com o enorme coelho acinzentado, na hora Fabiano só pensava em correr, correr, e correr. De repente, ele olha para trás e não vê mais o coelho, olhando de um lado para o outro avista seu primo que não acredita na sua história de novo.
Em casa, Fabiano pensando no animal lembra-se de seu primo e conclui que ele pode ser o coelho. Desconfiado investiga seu primo, e descobriu que ele realmente era o coelho. Fabiano fica chocado e conversa com ele, e seu primo pede sua ajuda.
Eles procuram uma solução e Mateus descobre que quando criança sua mãe havia lhe enfeitiçado com um feitiço que ele se transformasse em coelho porque ela odiava crianças.
Mateus, assustado, corre para casa e pergunta a seu pai se é realmente tudo verdade. Seu pai logo tenta inventar uma história, mas Mateus percebe que é tudo verdade e vai logo perguntando como desfazer o feitiço. Seu pai lhe diz que não sabe, que quando sua mãe morreu não contara a ninguém e não sabia como o fazer voltar ao normal.
Mateus liga para Fabiano e conta a conversa que teve com o pai. Fabiano diz para ele que não pode viver daquela maneira para sempre. Mateus chorando diz que é o único jeito, ou então a morte.
Passaram-se os anos, os dois se casaram.
Num belo dia, Fabiano recebeu um telefonema da mulher de seu primo dizendo que ele estava morrendo e que queria vê-lo. Fabiano rapidamente se arrumou e foi ver seu primo. Chegando à casa de Mateus, sua esposa diz a Fabiano que era tarde demais, que Mateus acabara de morrer, mas deixou um lindo presente, um filho.

Hernany - 19

(Sem título)

Geraldo foi pescar com seu pai e uns amigos no Pantanal. A viagem foi tranquila e passaram por lugares muito bonitos. O passeio estava muito bom, havia pescado muitos peixes e visto muitos animais exóticos. No terceiro dia de pesca, depois de duas horas e vários peixes, Geraldo fisgou um. Estava muito pesado para ele e seu pai veio ajudar. Era como um dos maiores que já tinha visto antes. De repente começou uma tempestade muito forte, a correnteza começou a querer virar o barco e eles começaram a ficar em apuros sem saber o que fazer.
Um dos seus amigos teve a ideia de arrebentar a linha de pesca, pois ficou com medo de acontecer o pior, era melhor perder o peixe do que suas vidas. Com o passar do tempo a tempestade ficou mais tranquila e o sufoco foi passando.
Geraldo ficou chateado, tinha perdido uns dos maiores peixes da pescaria no momento. Seu amigo Roberto começou a distraí-los e percebeu que Geraldo não estava alegre com o ocorrido naquele momento.
- E aí? - disse Roberto. - É pra isso que servem os amigos. Nas horas difíceis e nos momentos alegres, ajudar uns aos outros.
No dia seguinte ficaram apreciando as maravilhas daquele lugar, nunca tinham visto nada igual. Geraldo começou a dizer o quanto é bom preservar o meio ambiente, assim ninguém sofre com as impurezas e más consequências que se acarreta, provocada pelo próprio do ser humano.

Victor - 33

(Sem título)

Pablo havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela. A moça espantada ao ver ele se aproximando não teve reação, não disse nada e deixou ele se sentar. Ele, muito simpático, perguntou o nome dela e começaram a se conhecer melhor. No começo ela se espantou, mas foi logo se envolvendo, gostando do assunto e da forma com que Pablo a tratou.
Depois de muito conversar, das altas risadas, ao redor dos dois aquele bar não era nada naquele momento, não tinha tanta importância. A moça vendo que já estava há muito tempo com ele, disse que na verdade estava tentando chamar o garçom que estava logo atrás de Pablo, naquele momento antes dele aproximar-se dela, e não teve coragem de dizer que não era ele quem ela estava chamando.
Pablo naquele instante, suspirou e disse:
- Não tinha certeza se era comigo, mas estava sozinho aqui há um tempão e decidi tentar, agi por impulso e ao mesmo tempo tinha certeza do que estava fazendo.
A moça meiga, mas com um sorriso lindo no rosto, clamou a Pablo, dizendo:
- Se não houvesse essa oportunidade de você chegar até a mim, não voltaria para casa tão feliz, pois o motivo de estar aqui é na esperança de encontrar alguém que me faça feliz, nem que seja por uma noite apenas.
Depois de meses se encontrando, Pablo e a tão esperada moça do bar, Eloísa, formaram um belo casal, com planos para o futuro de ter uma família, enfim... Não se esqueceram jamais da forma com que se conheceram, e como foi uma mera coincidência que deram resultados felizes para os dois.

Ohana - 40

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ninguém pode substituir ninguém

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muita gente, pois estava muito frio naquela noite. De repente ela atravessa a rua com sua amiga sem olhar para os lados, mas a bolsa da sua amiga caíra e ela voltara para buscar antes de poder atravessar. Então Patrícia atravessa e um carro a atropela. Sua amiga fica desesperada sem saber o que fazer. A rua estava muito deserta, mas o cara que a atropelou parou o carro e resolveu dar assistência à garota. Ele ligou para a ambulância que a levou para o hospital. Chegando ao hospital a amiga de Patrícia ligou para a mãe dela. A mãe de Patrícia também ficou desesperada e foi para o hospital. Chegando lá, ela vê que sua filha está muito mal, e começa a chorar. E chorando ela pergunta ao médico qual o estado que sua filha se encontra. O médico tenta acalmá-la, pois sabia que Patrícia não resistiria. O médico acaba tendo que contar à mãe de Patrícia que ela não tem muito tempo de vida, e pede à mãe que avise os parentes.
No dia seguinte, a mãe chega ao hospital e recebe a notícia de que sua filha havia falecido. A mãe inconsolável, pede a Júlia, amiga de Patrícia, que cuide de tudo por ela. Júlia então vai ao necrotério levar as roupas, marca hora do velório e escolhe o cemitério para o enterro. Terminando, Júlia liga para a mãe de Patrícia e passa as coordenadas.
Chega a hora do enterro, com muita tristeza os familiares de Patrícia a enterram.
Chegando em casa, a mãe de Patrícia com muita angústia resolve tirar todas as suas roupas e objetos pessoais e doar para um instituto de caridade, pois não aguentaria ver os objetos e as roupas de sua filha, porque toda vez que ela pensava em sua filha lágrimas escorriam de seus olhos, ela era filha única.
Com o passar do tempo, a mãe de Patrícia vai superando, mas nunca se esquece, até que ela engravida novamente, e em homenagem a sua primeira filha ela dá o mesmo nome: Patrícia.
Patrícia cresce e ensina para sua mãe que ninguém pode substituir ninguém, porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes.

Raphael Fidelis - 28

O preço de uma amizade

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muito gente, pois estava muito frio naquela noite. De repente avistaram um homem vindo em suas direções, ficaram apreensivas, mas não deram bandeira, estavam com medo do que poderia acontecer, decidiram então mudar de calçada para ver se não era cisma. Foi aí que descobriram que estavam mesmo sendo perseguidas por este homem aparentemente normal. Começaram então a andar mais rápido e, no caminho, encontraram uma casa velha, caindo aos pedaços. Bateram na porta e ninguém atendeu, olharam para trás e o homem não mais as perseguia.
Curiosas com aquela casinha velha continuaram a bater, sem sucesso, decidiram entrar, uma vez que a porta estava aberta.
Logo na entrada um gato muito gordo e vistoso apareceu e começou a ronronar, perceberam então que o bichano estava com fome.
Adentrando mais ainda a casa, viram muitos cômodos. Apesar da casa não aparentar, era bastante compacta por dentro, e em um desses cômodos perceberam que estava trancado.
Patrícia e sua amiga Andréia então começaram a forçar a fechadura e como era muito velha conseguiram abrir a porta. Estava tudo muito empoeirado, era um quarto lindo de menina, todo lilás, brinquedos, bonecas em cima da cama, tudo o que uma garota podia sonhar. Andréia então percebeu que Patrícia havia ficado bastante chocada, perguntou a amiga o que havia acontecido, foi aí que descobriu que o quarto de Patrícia era exatamente igual aquele.
Começaram a achar que não estavam ali por acaso, e que aquele homem também não as seguia à toa. Ficaram bastante apreensivas com o fato. De repente a porta da frente bateu, elas levaram um susto. Quando olharam para a porta lá estava o homem que as havia perseguido. Com muito medo, Patrícia e Andréia saíram correndo pela casa gritando muito. Desesperadas entraram no banheiro muito úmido e escuro. Ficaram lá por alguns minutos. Andréia comentou com Patrícia:
_ Estou com muito medo, amiga! O que vamos fazer? Como vamos sair dessa casa?
Patrícia:
_ Calma! Vamos pensar um pouco.
Andréia:
_ Vamos sair e conversar com este homem, e saber afinal o que ele quer de nós?
Patrícia:
_ Estou com muito medo, mas vamos sim, não quero ficar aqui presa pra sempre.
Com muita coragem as duas levantaram-se, respiraram fundo, abriram a porta bem devagar para não fazer barulho.
Saíram bem caladas e passaram pela sala, viram uma poltrona virada para a lareira, avistaram o homem nela sentado, avistaram também a porta de saída e começaram a andar em direção a ela. No mesmo instante o homem falou:
_ Já vão embora? Mal chegaram!
Assustada, Andréia perguntou o que ele queria, e o que esperava das duas. Muito calmo o homem respondeu:
_ Calma, meninas. Só queria companhia, minha filhinha morreu há muitos anos, desde então ando todos os dias à noite para distrair a cabeça, quando vi vocês duas andando sozinhas, pensei que poderia ter acontecido algo, fiquei preocupado, ia acompanhar as duas até em casa. Mas de repente entraram em minha casa, só quis alertá-las sobre o perigo de andar à noite. Desculpe se as assustei, mas não deu tempo de conversar com vocês, afinal ficaram com medo e não deixaram eu me aproximar.
Com muita vergonha daquela situação, Patrícia e Andréia começaram a rir e viram que o tal homem assustador não passava de um senhor de idade avançada, muito simpático, e bastante feliz por ter visita em casa. Como ele mesmo disse sua filha morreu em um acidente de carro com a mãe e ele há muitos anos vivia só.
Depois de algum tempo conversando com o senhor, foram embora acompanhadas é claro pelo bom velhinho. Voltaram mais vezes na casa desse senhor e até hoje riem dessa história.

Bruna Pessoa - 03

O cientista louco

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muito gente, pois estava muito frio naquela noite. De repente ela avistaram um cachorro muito estranho que não tinha nada em comum com os outros. Ele tinha patas de gato, pescoço de girafa e cabeça e o corpo de cachorro.
Quando as meninas o viram começaram a correr, e a amiga de Patrícia caiu, mas não se machucou. Quando o cachorro chegou perto, elas escutaram um grito:
- Massichup. - Era o dono do animal.
Foi quando o cachorro parou como se fosse uma estátua.
- Esse animal é seu?
- Sim, ele é minha mais nova criação, ele é um cão vigia. Ele pode olhar mais alto e unhar qualquer um que se aproximar.
- Nossa, é muito interessante, mas você não acha perigoso deixar ele souto por aí não?
- Eu estava fazendo um teste. Mas só tem um problema, eu não sei o que ele come, ele é um cachorro-gato-girafa e tenho que descobrir logo.
- Por que você não dá pudim para ele?
- Hum, mais por que pudim?
- Sei lá, adoro pudim.
Foram e deram pudim para o animal e ele comeu e ficou satisfeito.
Dias se passaram, Patrícia e sua amiga se apegaram ao animal estranho, iam à casa daquele louco cientista quase todos os dias, faziam deliciosos pudins e levavam para alimentar o Massichup.
Um dia, acidentalmente o cientista ao sair de casa deixou a porta destrancada. Por ser um animal diferente e muito evoluído, Massichup conseguiu sair pela vizinhança. Todos o viram e começaram a correr, pois ficaram muito assustados com a aparência daquele animal. Logo o bairro ficou muito agitado, foi quando alguém chamou pela imprensa. Câmeras e repórteres cercaram o animal e ele começou a emitir um barulho estranho como se fosse um pato, e foram divulgadas várias fotos e vídeos do animal na TV e na internet, mundialmente.
Ao retornar, o cientista achou estranho aquela movimentação toda naquele bairro que até então era muito calmo e resolveu se aproximar daquela bagunça. Viu vários policiais tentando capturar o Massichup, que tentava fugir de todas as formas. O seu dono até que tentou ajudar, mas foi impedido de se aproximar daquela criatura quando de repente ouviu-se um estouro, os policiais que não conseguiram conter o animal deram um tiro que atingiu ele na cabeça.
- Por favor, não o mate. - Implorou o cientista. - Ele é um animal bondoso, fruto de uma longa experiência.
Todos os seus pedidos foram em vão. Exterminaram o animal de maneira bruta e o assunto repercutiu em todo mundo durante vários meses. O cientista que já não aguentava mais a falta que o animal fazia entrou em uma depressão profunda e suicidou-se. Os vizinhos arrependidos fizeram um funeral lindo para o cientista que morava ali desde criança.
Passaram-se alguns meses e Patrícia criou coragem e foi até a casa do cientista que até então estava abandonada. Chegando lá, ela encontrou vários projetos estranhos do tipo Peixe-Galinha, Cachorro-Cavalo e até Baleia-Crocodilo. Como uma forma de homenagear o cientista, Patrícia resolveu desenvolver os projetos do cientista, e então todos na cidade passaram a ter um animal estranho que, por incrível que pareça, todos comiam pudim, e todos daquela cidade foram felizes.

Matheus - 28

(Sem título)

Pablo havia terminado seu último namoro há uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela. Essa linda mulher se chamava Karen e se apresentou a ele pedindo que se sentasse e a fizesse companhia, pois a ela sentia-se só e estava à procura de alguém que pudesse conversar e conhecer. Quando avistou Pablo sentiu uma forte atração por ele, sentiu que poderia ter algo com ele, mas ele também ficou interessado nela e estava só à procura de alguém.
Conversaram umas 4 horas, contaram casos, falaram de seus relacionamentos, dos planos para o futuro, etc., Assim foram se interagindo e se conhecendo um pouco mais. Quando deram por si já estava tarde e Pablo resolveu chamá-la para ir embora e acompanhá-la até a sua casa, pois ele era um cavalheiro e não iria deixá-la ir embora sozinha aquela hora da noite. Levou-a até a sua casa, despediram com um beijo e marcaram outro encontro na semana seguinte. O encontro aconteceu em uma churrascaria, os dois trocaram olhares e se beijaram. Pablo entusiasmado a convidou para ir a outro lugar mais íntimo. Ela não hesitou e aceitou, a noite foi longa e os dois ficaram a madrugada toda até o amanhecer.
Pablo se despediu da moça e foi-se embora. Passado alguns dias ela tornou a procurá-lo, dizendo que queria lhe contar algo. Pablo ficou preocupado, pois depois daquela noite, ela sumira, mas marcou outro encontro e ficou ansioso para saber o que ela queria dizer-lhe. Quando Karen chegou estava muito aflita, pois não sabia como contar para Pablo o que aconteceu. Ela descobriu que tinha HIV e precisava dizer para ele, pois os dois não se preservaram quando ficaram juntos. A conversa foi tensa, Pablo ficou estarrecido, chateado e brigou com ela. Quase a agrediu e saiu correndo sem dizer nada. O desespero bateu no rosto de Karen que não sabia o que fazer. Foi-se embora sentindo uma enorme culpa e Pablo desesperado subiu em um Edifício bem alto e se atirou de lá, sucumbindo. E Karen se sentiu culpada por isso e se matou também.
Pode acontecer com qualquer um, portanto não acredite em ninguém, goste de você mesmo, use preservativo sempre, pois a sua vida vale muito mais do que qualquer outra coisa.

Lucas - 28

O bosque encantado de João e Smith

João não tinha muitos amigos. Na verdade, só tinha colegas. E só os via na escola. Na sua rua, havia poucas crianças e de idades diferentes da dele. Para não se sentir muito sozinho, tinha um cachorro chamado Smith, seu fiel companheiro de todas as brincadeiras. Uma tarde, brincando com Smith perto do riacho, que ficava a quase um quilômetro de sua casa, avistou um animal esquisito a uns cem metros. Resolveu chegar mais perto, para ver o que era aquilo que tanto chamava sua atenção e cada vez que se aproximava, era como se o animal fosse se afastando cada vez mais e mais e quando se deu conta a noite já havia chegado e João estava perdido. E mesmo sem saber onde estava, João não estava com medo, pois tinha ao seu lado seu amigo Smith que nunca lhe abandonava.
As horas foram passando e quanto mais João andava mais ele parecia estar perdido, então resolveu descansar em um troco de árvore enorme onde ele se apoiara para dormir.
No dia seguinte João acordou assustado, com a impressão de que alguma coisa estava tentado engoli-lo e assim que pode abrir os olhos se acalmou pois era apenas Smith o lambendo. Então já acordado resolveram partir novamente para uma nova jornada à procura daquele animal que lhe despertou tanto interesse e curiosidade. Eles andaram em torno de uma hora quando avistaram um lago e pararam para descansar e tomarem água, pois o sol estava muito quente e ele sabia que ainda teria muito que andar.
Quando pararam perto do lago, Smith começou a latir sinalizando que havia visto algo entre as árvores. João assustado foi verificar o que era e quando chegou mais perto avistou novamente um animal que não sabia como descrever, ele era diferente de tudo que havia visto antes, mas havia fugido segundos após João se aproximar.
Entusiasmado, João decidiu correr atrás do animal e Smith estava bem atrás dele, até que chegaram a um lindo bosque com cachoeiras e belas flores. Era simplesmente um lugar encantador com toda a sua beleza e sossego, era um lugar que de fato ninguém conhecia. Cansado de tanto caminhar e o sol quase se pondo João deitou-se na grama perto da cachoeira e ali adormeceu. Ouvindo um barulho esquisito, ele acordou e viu muitos animais ao seu redor, mas eram criaturas diferentes, bem assim como em conto de fadas. Sim. Eram sim criaturas encantadas!
O menino mal pode acreditar no que estava vendo, será que era uma miragem ou era real? João não sabia, mas quis se aproximar para ver o que estava acontecendo. Os animais pareciam gostar dele e de certa forma ele conseguia entender tudo o que os animais estavam tentando se comunicar com ele, e assim a noite caiu e João e Smith ficaram lá com aqueles animais naquele maravilhoso lugar torcendo para que tudo aquilo fosse real.
- João, João. Acorda, meu filho. Você está bem?
Era Joana, a mãe de João, que o chamava com voz de preocupação, e ele sem nada entender acordou assustado e perguntou o que estava acontecendo, qual seria o motivo daquela preocupação toda, e então sua mãe lhe contou que ele estava brincando com o Smith perto do riacho quando tropeçou em uma pedra e dois rapazes que passavam por perto o acudiu e o trouxe para casa.
João estava feliz e agradecido por aqueles rapazes terem o resgatado, mas ao mesmo tempo estava triste em saber que foi tudo um sonho, e assim já à noite foi para seu quarto dormir e ao vestir seu pijama notou que caiu do bolso de sua calça algumas pétalas de flores muito diferentes das que tinham no riacho e que havia apenas um lugar onde poderiam existir flores iguais aquelas...
Aquele bosque encantado não era apenas uma imaginação, era muito mais do que ele podia ter pensado, ele existia de verdade mas somente ele e Smith podiam vê-lo e visitá-lo.
E então muito contente foi para sua cama dormir e torcendo por amanhecer novamente, pois para ele não precisava estar dormindo para viver lindos sonhos.

Cinthia - 09

A mudança nos anos

Márcio havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Márcio foi se sentar com ela iniciando uma conversa agradável.
Márcio percebeu que já conhecia aquela moça de algum lugar. Como ela era linda, parecia de outro mundo, mas preferiu não interromper um papo tão agradável com perguntas sem importância naquele momento. Já beirava as quatro da manhã quando a moça decidiu que já era hora de ir embora, perguntando então se ele a acompanharia até a porta de sua casa. E ele, como o cavalheiro que era, disse que tudo bem. No caminho até a casa da moça, Márcio decidiu indagá-la de onde poderia tê-la conhecido, e ela com um sorriso malicioso lhe disse que os dois já haviam frequentado a mesma turma quando mais jovens e que ela havia gostado muito dele naquela época e que nunca havia sido correspondida. Ele então, como que num filme, voltou aos anos que passaram e se recordou dela. Mas como ela havia mudado, passado de menina ingênua e boba a mulher linda e esperta. Márcio não queria então perder contato com aquela mulher novamente e resolveu então lhe pedir o telefone e ela já com planos de fazê-lo ver o que perdeu, resolveu dar seu número.
Naquela noite, Márcio quase não conseguiu dormir só pensando em como aquela garota havia mudado e como queria ter pelo menos o prazer de estar com ela novamente. Já do outro lado da cidade, ela imaginava em como se magoou por aquele homem e em como ela faria para fazê-lo ver o tamanho mal que ele a fez.
No dia seguinte, ele resolveu ligar pra convidá-la pra sair com ele à noite, mas, como ela trabalhava muito, resolveu não aceitar o convite daquela noite. Ele sem entender direito a recusa a aceitou, mas decidiu que, por uma questão de honra, aquela mulher nem que por uma noite seria dele. Os dias foram passando e os dois sempre se falavam por telefone e ele descobriu que queria aquela mulher mais que por uma noite, queria ela do seu lado por muito tempo para compartilhar com ele todos os momentos. Numa noite chuvosa, ele resolveu ir até sua casa pra terem uma conversa sobre o que ela iria decidir. Se iria continuar nesse jogo de corre atrás ou se iria lhe dar uma chance para ela ver que ele também havia mudado, havia virado um homem de verdade capaz de fazê-la feliz.
Chegando lá ele a encontrou fazendo as malas. Espantado, ele perguntou a ela o que estava acontecendo e ela lhe disse que havia recebido uma proposta de emprego para ir para o exterior e como pensava mais nela do que em qualquer outra coisa resolveu aceitar e que iria partir na manhã seguinte bem cedo. Ele, muito assustado e sem acreditar no que estava acontecendo, perguntou a ela se ele poderia tentar fazê-la mudar de ideia. Ela o olhou bem no fundo de seus olhos e, com um sorriso sarcástico no rosto, lhe agradeceu dizendo que ele havia feito por ela mais do que imaginava, ele havia lhe transformado em uma mulher guerreira, que corria atrás de tudo que almejava sem pensar em mais ninguém, a não ser nela mesma. E que ele havia feito com que ela descobrisse que na vida não vale a pena ser verdadeiro com ninguém. Ele pensando em tudo que havia lhe dito naquele instante viu que havia transformado aquela menina inocente em uma mulher amarga, porém forte.
Descontente, Márcio foi embora despendido-se dela com um abraço tão forte que ele jamais esqueceria. Com tudo isso, Márcio percebeu que as mulheres devem ser tratadas sempre como se fossem a última da Terra, pois depois que se perde o que tanto deseja, as coisas não são mais do mesmo jeito. Anos depois, ele havia se casado e tido filhos e ela havia se tornado uma mulher bem sucedida tanto na vida profissional quanto na vida afetiva.

Elisangela - 13

Uma amizade, um amor e uma distância

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora. Despediu-se de todos e foi caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muito gente, pois estava muito frio naquela noite. Quando se deparou com um grupo de colegas em uma praça próxima ao local, conversaram por horas e ela não viu o dia amanhecer. Aflita com os problemas que isso causaria com sua mãe, correu desesperada para casa, por sorte sua mãe ainda dormia tranquila.
Quando Patrícia acordou, agiu normalmente com sua família pra que ninguém percebesse o deslize de confiança que cometera na noite anterior. O telefone então toca, um amigo com o qual conversou durante a madrugada avisa que ela havia esquecido o celular com ele, conversam horas sobre assuntos aleatórios, até que por fim decidem se ver...
Eles se encontraram, riram, conversaram. Ela já não se lembrava mais qual a última vez em que havia se divertido tanto com alguém, e foi assim por muitos dias, quando por fim ela percebeu que algo novo crescia em seu peito, mas ela tinha medo de estragar toda a amizade e decidiu por fim no que poderia levá-la à beira do abismo.
Ficou chateada por dias, sentia uma dor que não sabia explicar, era a dor da saudade, sentia falta do amigo que a fizera tão imensamente feliz, sentia falta dos teus sorrisos, de fazer alguém sorrir. Pensou por dias, semanas e percebeu que não conseguiria mais viver sem a felicidade que o outro lhe trouxera em cada abraço que lhe dava. Decidiu ligar, se desculpou, se explicou e se retratou. Do outro lado da linha, lhe vinha a resposta:
_ Eu senti o mesmo.
O coração de Patrícia se encheu de alegria por um instante até vir o desfecho:
_ Mas minha família se mudou, achei que tinha te perdido, decidi vir com eles.
Uma lágrima escorreu em seu olho direito e a partir dessa outras milhares vieram. Eles se gostavam, mas estavam separados. Ela decidiu nunca mais deixar nada passar por medo. Então decidiu tentar, e cultivar o sentimento que ambos sentiam um pelo outro. Foram muitas cartas, e-mails, viagens, mas foram os dias mais inesquecíveis de ambos. Dá pra ver pelo sorriso que eles abrem ao falarem um do outro, dá pra ver pelo brilho do olhar, dá pra sentir pelo ar.

Jennifer - 17

O baú do pescador

Geraldo foi pescar com seu pai no Pantanal. A viagem foi tranquila e passaram por lugares muito bonitos. O passeio estava muito bom, haviam pescado muitos peixes e visto muitos animais exóticos. No terceiro dia de pesca, depois de duas horas e vários peixes, Geraldo fisgou um. Estava muito pesado para ele e seu pai veio ajudar. De repente saiu um baú totalmente lacrado; apenas com uma mensagem no cadeado “CALDILEIGUI XUAPMAIEX MUCHACHA PRICITU HERMES RALGNER”, em uma língua não conhecida por eles.
Aquilo deixou os aventureiros muito curiosos. Imediatamente eles terminaram as pescas e se dirigiram às margens do rio para fazer suas averiguações. Tomaram a decisão que fariam de tudo para desvendar o mistério, acreditando que suas vidas poderiam mudar para melhor; Geraldo teve a ideia de buscar um velho sábio, Sr. Leon, que trabalhava na biblioteca da cidade. A cidade Vila do Cachorro Sentado era uma pacata cidade do interior. Sr. Leon aceitou o convite e foi em busca de explicações junto a eles. Com muito custo, conseguiram decifrar a frase que dizia: “Apenas o escolhido poderá encontrar a árvore milenar e com um toque apenas conseguirá a chave do baú de ouro”.
Os três então foram em busca de algo desconhecido e incerto. Pensaram onde poderia estar essa tal árvore milenar; foi aí que voltaram ao pantanal e começaram a procurar, Geraldo como um bom conhecedor de onde nasceu pensou que a mais alta e mais enraizada árvore poderia ser talvez esta. Foram ao pico da montanha da Vila do Cachorro Sentado e avistaram um grupo de árvores altas e para lá foram. Chegando lá, olharam as raízes e encontraram a mais velha da árvores; Geraldo encostou na árvore e nada, daí Leon encostou e nada. Por fim Weniquesley, o filho de Geraldo, encostou na árvore. Começaram tremores e uma chave dourada se desprende da árvore, despencando do cume nos pés de Weniquesley; ele pega a chave e abre o baú. Dentro do baú existia uma vara de pescar dourada, dotada de diamantes.
Assim, eles retornaram para casa. No dia seguinte foram voltar ao rio onde pescaram o baú; e resolveram usar essa vara de ouro. O resultado foi que eles só pescavam peixes de ouro, às vezes de diamantes, rubis e esmeraldas. Eles não acreditaram no que viam, dali para frente suas vidas mudaram, se tornaram ricos, bem sucedidos na vida e nunca contaram para ninguém o segredo do sucesso; pois assim que Weniquesley não fosse ao rio sempre viam peixes normais. Depois de passados 60 anos Weniquesley faleceu e toda a magia desapareceu, o baú com a vara e todos os peixes valiosos que haviam sido guardados. Algumas pessoas ficaram sabendo e desde então muitos pescadores ficaram a vida toda em busca deste suposto baú.
Se passou um milênio e um pescador e seu filho estavam pescando do outro lado do mundo, e de repente encontraram um baú de ouro e todo o mistério foi lançado novamente.

Wilker - 34

O grito


Mariana havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Mariana decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado.
Quando ela já estava lá dentro ela percebe umas manchas de sangue na parede e ao se aproximar, a porta bate, assustando-a. Com o susto, ela sai correndo do quarto e volta imediatamente para a cozinha onde estão todos a conversar enquanto dona Lúcia preparava o jantar.
- Que isso, menina? - Perguntou a mãe dela preocupada com a cara de espanto da menina.
- Nada, não foi nada. Não foi.
- Não foi o que? Você está bem?
- É porque eu estava em um dos quartos lá de cima quando a porta bateu sozinha, aí eu me me assustei, foi só isso.
- Então vá lavar as mãos e venha jantar porque temos que dormir cedo, amanhã vai ser um dia longo.
Após o jantar todos se recolheram, inclusive Mariana.
Mariana estava dormindo quando teve um sonho muito estranho, sonhava que o quarto dela estava todo sujo de sangue e que uma menina ensanguentada pedia ajuda para ela, mas ela estava amarrada na cama, e gritava alguém para ajudar ela e a pobre menina, até que ela acorda e se vê sentada na cama com sua mãe acalmando-a.
- Calma, já passou.
- Foi horrível, eu estava amarrada e não podia fazer nada para ajudá-la. - Fala Mariana aos prantos.
- Mas ela quem?
- A menina do sonho.
- Então, filha, foi somente um sonho. - Fala dona Lúcia pacientemente. - Agora vá se deitar e tente dormir, pois agora já são 03h30min da madrugada. Boa noite.
- Boa noite, mãe.
Dona Lúcia beija a filha e vai para o quarto dela.
- Eugênio, o que você acha que está acontecendo?
- Lúcia, não se preocupe, ela só não se acostumou com a casa nova.
- Pode ser mesmo né, vamos dar tempo ao tempo.
No outro dia na hora do café ninguém tocou no assunto do pesadelo, o senhor Eugênio foi trabalhar logo após o café. Dona Lúcia e Mariana foram ver a nova escola.
Quando chegaram da visita à nova escola, elas almoçaram e Mariana foi para a sala. Quando entrou na sala, ela não estava acreditando no que via. Ela estava vendo uma menina, a mesma menina do sonho da noite, mas ela não estava da mesma forma, estava arrumada como se fosse a um parque. Mariana assustou-se mesmo assim.
Passado um tempo, ela estava na escola e seu professor de química tinha uma mediunidade e logo percebeu que algo estava anormal com a Mariana.
- Mariana, você pratica algum rito de magia?
- Não professor Saulo, mais por que a pergunta?
- É só uma curiosidade. Mas você emite uma energia positiva muito grande, por acaso você vê coisas que ninguém vê?
Quando ele disse isso ela se lembrou do sonho e da visão.
- Professor, posso te contar algo? Mas o senhor não pode falar para ninguém, tá?
O professor fez apenas um sinal positivo com a cabeça.
- Bom, Saulo, eu sonhei com uma menina. - Ela, com uma voz trêmula e olhar tenso - ela aparecia toda machucada e depois eu estava acordada e eu a vi, mas não era sonho, eu sei, era ela, mas ela estava arrumadinha como se fosse a um passeio, sei lá...
- Você é uma menina especial e sabe disso.
- Eu tenho um pouco de medo, sei lá...
- Quando você ver essa menina tente falar com ela.
- Vou ver. - Ela se despede rapidamente do professor e sai da sala como se tivesse fugindo de algo ou alguém.
Chegou em casa e contou tudo para sua mãe. Ela disse que isso era bobeira de exotérico.
Quando estava indo para o quarto, ela se depara com a menina e ia sair correndo, mas se lembrou do que o professor e disse.
- Quem é você, o que você quer comigo?
- Eu sou a Sophie e eu vim te avisar que você vai morrer.
- Como assim, como você sabe?
E num piscar de olhos a menina some e Mariana ficou um pouco apreensiva, mas por medo ela começou a fazer coisas que teria que fazer: como pedir desculpas, dizer que ama e alguns dias quando ela estava indo para a escola sua mãe a chama e diz:
- Filha, eu te amo muito, me dá um abraço.
- Eu também, mãe. - Abraçando a mãe dela.
- Vai com Deus.
Parecia que a mãe dela queria dizer algo para ela, mas que não saía. E Mariana saiu por aquela porta. Algumas horas depois o telefone toca com a notícia de que Mariana teria sido vítima de uma tentativa de assalto que acabou em morte.
Mas uma certeza todos tinham: que ela se foi mas cumpriu sua missão.

Lucas Vinícius - 25