terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O mistério da caverna

Fernando estava em uma excursão com seus colegas da escola. Eles foram para gruta da Lapinha num sábado. Todos estavam se divertindo muito com a bela paisagem. Quando entraram numa trilha, Fernando ficou admirando as estalactites milenares e não percebeu que os colegas haviam continuado a andar. Quando se deu conta, estava perdido. Rodando dentro da gruta, preocupado em ser deixado para trás, o rapaz acabou encontrando mais dois amigos, Alice e Pedro. E os três começaram a procurar desesperados pelo resto do grupo. Eles gritaram, tentaram o celular choraram, rodaram, mas não viram nem sinal do pessoal.
Aquele era um sábado de tempo nublado e frio, mas o momento de estresse dos garotos fez com que sentissem calor deixando suas blusas de frio em cima de uma pedra onde haviam parado por alguns minutos para descansar.
A noite já vinha caindo. Fadigados, resolveram deitar em um dos vários becos da caverna, até porque mesmo com a lanterna já não estavam enxergando muito bem.
Pedro foi quem acordou primeiro, e se assustou com que estava vendo. Eles já não estavam mais onde haviam parado para dormir, mas sim no alto de uma rocha à beira-mar. Esfregou os olhos para ter certeza de que o que estava vendo era real, acordou os amigos aos berros dizendo:
- Nando, Alice! Olhem onde estamos, como viemos parar aqui? Estou sonhando?
E os amigos o responderam começando por Fernando:
- Como assim? Nós não saímos do lugar, que loucura!
- Gente, que brincadeira é essa?
E no meio de todo aquele falatório houve um silêncio repentino.
Um barulho muito suspeito que começava longe parecia se aproximar. Era como algo muito pesado a rolar pelo chão. Então olharam para o outro lado daquele pico e...
- Nossa!
- Não acredito!
- Eu quero ir embora daqui!
Eles avistaram uma cidade totalmente feita de pedras empilhadas, onde tinham pessoas muito mal vestidas. Começaram então a descer correndo em direção aquela estranha civilização, mas que no momento aparentemente seria a solução deles.
Quando já estavam perto daquele povo viram que pessoas chicoteavam pessoas mais mal vestidas, mirradas e com semblante triste.
Pedro então gritou:
- Que absurdo é esse, como vocês podem estar fazendo isto em pleno o século XXI?
- Fernando logo o puxou para o meio dos arbustos e começou a xingar:
- Cara, você é louco? Não percebeu o que se passa?
E Alice disse:
- O que se passa, Fê?
- Nós não estamos no século XXI!
- Não?
- É claro que não! Isto tudo está mais é para Idade da Pedra. Não sei como, mas parece que ao dormirmos na gruta voltamos no tempo em uma espécie de regressão psicológica, acho que na verdade estamos presos em nossas próprias mentes!
- Que horror, e o que fazemos para sair daqui.
- Não sei.
E Pedro fala:
- Já sei! Se a gente for lá e levar uma surra daqueles caras talvez possamos conseguir voltar!
- Pedro, cala a boca! Não força a gente a te dar um soco. - disse Alice, que gostava de Pedro, mas às vezes não suportava sua infantilidade e tinha uma paixãozinha por Fernando, a quem só chamava de Fê.
Em meio a toda aquela confusão, chegou um pequeno garoto chamado Jós e falou:
- Vocês não são daqui não é? Pude perceber pelo pouco da conversa de vocês, que eu estava ouvindo. Posso dar um conselho?
- Pode. - disseram os três assustados.
- Fujam, saiam daqui enquanto há tempo, pois uma vez marcados jamais conseguirão sair daqui.
Eles agradeceram à criança e, como já estavam com medo do lugar, saíram correndo.
Já estafados, com fome e sono, deitaram embaixo de uma árvore imensa dentro de uma mata para onde haviam corrido. Novamente Pedro, Alice e Fê se deitaram, sendo que Alice ouviu uma romântica declaração de Fê que dizia:
- Não estou feliz por estar aqui, mas já que estou, que bom que tenho você comigo!
E Alice respondeu:
- Fê, eu sempre te amei!
- E você só fala isso agora?
- É, tinha medo de sua reação ao saber disto.
- Então saiba que meu sentimento por você é recíproco!
Pedro quebrando o clima resmunga:
- Aí! Parem com essa melação que eu quero dormir.
Então o casal apaixonado se beijou e adormeceram abraçadinhos.
Ao amanhecer, acordaram com os berros dos bombeiros e professores que vibravam por encontrar, na gruta da Lapinha, os três alunos perdidos sãos e salvos.
Depois de algumas horas em observação no hospital, Alice, Pedro e Fernando se encontraram na lanchonete do mesmo. Estava aquele silêncio. Alice não aguentou:
- Gente, vocês por acaso lembram da cidade de pedra, do que a gente viveu?
- Você também? - disse Pedro.
E Fê:
- Nossa, achei que tinha sido somente um sonho meu! Sinistro.
Então os jovens encabulados por terem sonhado a mesma coisa decidiram que voltariam ao misterioso local para descobrir qual era o mistério daquela caverna, onde aconteceram tantas coisas, inclusive deu vida e trouxe para à realidade o intenso amor de Alice e Fernando!

Cibelle - 37

A casa assombrada

Marta havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Marta decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado. Ao entrar, logo percebeu um barulho um tanto quanto estranho. Algo como leves sussurros que lembravam a voz de crianças brincando. Assustada, ela decidiu chamar o irmão Pedro, para verificar o que era (afinal, foi a primeira a entrar naquele quarto sombrio), saiu gritando pela casa:
_ Pedro, Pedro, venha aqui rápido.
O irmão apavorado, foi até ela, verificar o que tinha ocorrido, chegando lá, ela disse a ele que estava assustada, pois entrou em um cômodo que todos menosprezaram, e percebeu que havia algo lá dentro, e queria que ele verificasse. Pedro logo começou a ri:
_ Ah, Marta... Você me tirou da minha cama, para me falar de seus medos, e de supostos fantasmas, era só o que me faltava.
Marta, furiosa por seu irmão não acreditar nela, foi para o seu quarto com um certo receio. Chegando lá, arrumou tudo, e foi tentar dormir, mas nada de sono. No dia seguinte, Marta resolveu contar o acontecido para o resto da família. Eles ficaram surpresos, mas resolveram avaliar o caso. A mãe de Marta, medrosa como a filha, começou a dizer:
_ Não é possível, que mudamos para uma casa mal assombrada. Ah, não.
Com aquilo na cabeça resolveram ir até o quartinho à noite. Foram a mãe e o pai de Marta. Chegaram até o quarto, abriram a porta, e nada. Quando o pai já ia xingar a filha por falar coisas sem coerência, eles ouviram um ruído, e vozes, como se fossem crianças chorando e gemendo. A mãe de Marta, surpresa e quase sem voz, se agarrou no marido e disse:
_ Meu amor, a casa está trancada, não há ninguém aqui.
O marido era daqueles que mesmo ouvindo teria que ter mais provas, para realmente dizer que tinha achado estranho. Os dois voltaram ao quarto e foram falar com Marta, a filha falou:
_ Eu não disse, e o Pedro ainda desacreditou.
Todos esperaram o filho chegar na sala, para contar o acontecido. Quando o filho chegou, eles contaram, mas o cara era daqueles do tipo “machão”, não acreditava nessas coisa. Ele disse:
_ Vocês são uns medrosos. Vão ver que irei lá e não vai acontecer nada!
Pedro entra no quarto e ouve um grito. Pensou com ele: “Nossa, tem algo aqui mesmo.”
Ele começou a gritar aos quatro cantos do quarto, fazendo um desafio ao tal fantasma.
_ Se tiver alguém aqui mesmo, vem cá conversar comigo! ANDE, APAREÇA.
Mas nada aparecia. Com raiva, Pedro vai dormir, quando de repente, vê uma pessoa na sua frente. Era a figura de um homem, mas aparecia e de repente sumia novamente. Pedro tinha vontade de atirar algo naquilo, mas não conseguia, porque era muito rápido.
No dia seguinte, todos se levantaram, estavam exaustos. Foi uma noite mal dormida, acompanhada de frio e de estranhos sons, principalmente para Pedro. Ele acreditava ouvir aquilo por ter desafiado o fantasma. Estava tentando descobrir o que estava acontecendo. Afinal, não acreditava nessas histórias que antes ironizava e reagia com deboche quando alguém vinha lhe contar, pensou consigo:
- Eh, devo tá pagando língua, eu que sempre disse que fantasmas não existem, e que isso é invenção desses velhos que não têm o que fazer.
Mas precisava se livrar disso, dessa coisa dentro de sua casa, que sequer sabia o que era. Procurava demonstrar tranquilidade, mas se fosse possível ler seus pensamentos estes revelariam toda a fragilidade mental e o pânico que se instalara no seu cérebro.
Irritado, decidiu falar com os pais e a irmã, e contar que viu o fantasma e que tomassem alguma providência. O pai resolveu conversar com vizinhos sobre a casa. Batendo de porta em porta, um senhor e uma dona de casa lhe atenderam e disseram-lhe:
- Meu senhor, me desculpe, mas essa casa está à venda há anos. Ninguém queria comprá-la, pois o boato que corre é que tem uma alma penada em um dos quartos da casa, pois no mesmo foi morta uma empregada há muito tempo atrás com seu bebê. Aí falam que o espírito dela está lá até hoje, e que só iria sossegar quando conseguisse alguém para fazer companhia a ela na eternidade, por isso não se pode entrar no quarto sozinho.
Doutor Paulo César (pai de Marta) ficou de boca aberta com a história, e até mesmo com um certo receio. Agradeceu ao vizinho pelas informações e voltou para casa. Chegando em casa, contou tudo para a família e pediu que ninguém entrasse mais no quarto, antes que fosse exorcizado.
No dia seguinte, uma notícia terrível. A família notou que havia dois dias que Marta não dormia em casa. A mãe começou a ficar preocupada e procurar a filha. O pai e o irmão procuraram divulgar em TV, rádio, e etc... Enquanto a mãe procurou em 1º lugar uma igreja. A família encontrou uma blusa dela jogada no chão e nada mais. Até hoje Marta simplesmente desaparecera. Passaram-se dias, meses, anos, porém o mistério permanece. Nunca mais a viram. A família se mudou novamente. A grande casa continua presente naquele bairro sombrio. As histórias continuam e Marta agora faz parte da lenda...

Thauane - 32

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

A vingança

Pablo havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela, mesmo sendo muito tímido e não tendo muito jeito com as mulheres, logo então se apresentou:
_ Prazer, meu nome é Pablo.
_ Prazer, meu nome é Jéssica, de onde você é? _ Disse Jéssica olhando nos olhos de Pablo.
Ele impressionado por sua enorme beleza diz meio gaguejando:
_ E... e... eu moro aqui em Belo Horizonte mesmo, e você? _ Ele não gostava de falar seu bairro, pois tinha vergonha da favela onde morava e medo de alguma favela rival.
_ Eu moro por aqui também!
Pablo chamou o garçom e pediu uma cerveja para os dois, virou-se para ela e disse:
_ Estou curioso para saber por que que você me olhou tanto, não adianta falar que foi porque você me achou bonito porque eu não sou, e já vou logo avisando, eu também não tenho dinheiro.
Depois de uma risada de leve, ela virou-se para ele e disse:
_ Bobo!!! Cada pessoa tem uma opinião, a minha é porque fiquei, de um certo modo, encantada por esse seu jeito desengonçado e inocente. Mas se quiser eu me levanto e vou embora daqui e prometo nunca mais te atormentar.
O garçom então chega com a cerveja e serve os dois, Pablo ainda sem jeito de falar com a Jéssica – pois nunca teve muito contato com mulheres além de sua ex-namorada – dá uma golada exagerada se vira pra ela tentando fazer um jeito galã e fala:
_ Não precisa não. Minha noite será melhor com você!!!
A moça não resiste e dá uma gargalhada e diz:
_ Para de tentar ser galã que assim você pode acabar perdendo a oportunidade de poder continuar conversando comigo, e de quem sabe poder aproveitar mais comigo (ou seja um thuplack no thuplick no thuplay) a sós.
E papo vem e papo vai, bebida vem e bebida vai, finalmente ele virou pra Jéssica e falou:
_ Nós estamos aqui neste bar pelo mesmo motivo, e você já sabe disso, acho que seria legal se a gente ficasse.
Ela já sabendo o que ele queria, simplesmente aceitou. E naquele rala e rola, naquela pegação e o “fogo” subindo, Jéssica chama Pablo para irem para a casa dela. Chegando lá, mesmo o Pablo com sua enorme timidez, ele tira a roupa e se sente um pouco mais à vontade, então Jéssica vira para ele e pergunta:
_ Deixa eu te amarrar???
Ele com uma cara de espantado, diz rapidamente um NÃO, ela faz uma carinha de dó e fala:
_ Por favor, prometo que não irá se arrepender!!!!
Ele ainda com medo, mas com uma enorme vontade de ter aquela linda mulher em seus braços, acaba cedendo seus desejos. Então ela o amarra em sua cama com algumas algemas que havia guardado em sua gaveta, quando de repente entram dois homens fortemente armados e com uma toca ninja no quarto. O que o Pablo menos desconfiava era que Jéssica, aquela linda mulher exuberante estava no plano para que os tais homens pegassem ele para torturá-lo, pois ele era de uma favela rival.
Após uma surra dos homens, ele foi mandado de volta para o lugar humilde onde morava com casas simples e pessoas humildes e trabalhadoras que só queriam sustentar sua família. Mas os tais “homens” que o surpreenderam deixaram um recado escrito em uma folha de caderno para que ele pudesse dar ao seu primo Danilo, que “governava” o morro. Então, quando chegou na sua favela todo machucado, a primeira coisa a fazer foi ir até a casa de seu primo dar a tal notícia. Chegando lá ele deu de cara com sua família em prantos, sua mãe chorando veio correndo e o abraçou bem forte, ele olhou para todos e disse:
_ Calma, gente, eu estou bem!!! Mas cadê o Danilo? Preciso conversar uma coisa muito séria com ele.
Um vizinho que estava perto de sua família saiu correndo à procura de Danilo, Pablo não aguentando de dor e cansaço pela longa noite que teve, não aguentou, deitou e dormiu o resto do dia.
À noite, quando acordou, deu de cara com seu primo. Danilo não era daqueles caras fortes, era um magrelo franzino que usava um bigode amarelo, cheio de marcas no rosto, mas era um homem muito poderoso na comunidade. Danilo já foi logo perguntando:
_ Quem que fez essa porra com você? O que que você tava querendo conversar comigo???
Pablo ainda meio atordoado pelo cansaço respondeu:
_ Danilo, você está correndo um grande perigo!! Eu não sei o que eles devem fazer, mas não vai ser uma coisa boa! Eles me deram esse bilhete para eu lhe entregar.
Danilo então leu o Bilhete que dizia:

Danilo então não mostrou nenhuma emoção mas tomou a decisão de ir atrás das tais pessoas que poderiam ter feito aquilo com Pablo.
Danilo e Pablo fizeram uma lista com os suspeitos do tal acontecimento, entre eles estava o poderoso “Cruz”, dono da maior parte do tráfico de Belo Horizonte, grandioso, ambicioso e respeitado, não tinha dó, nem coração.
Ele morava em uma das maiores favelas de Minas Gerais, poucos o conheciam pessoalmente. Pablo e Danilo chegaram à conclusão disso porque entre todos ele era o único que não tinha uma “certa” ligação com Danilo. Um tempo atrás, ele queria uma parte da favela de Danilo, tanto em lucro, quanto em território. Em troca disso, Danilo teria “segurança” em seus negócios e teria o luxo à sua disposição, mas Danilo não aceitou esse acordo.
Mas para chegar até ele não seria nem um pouco fácil. Então Pablo, Danilo e pessoas de confiança que trabalhavam para Danilo se juntaram para formar um plano meio que estranho. Eles decidiram que Danilo iria entregar a área em que ele tomava conta mas com uma condição, ele queria conversar com Cruz pessoalmente, mas eles iriam fazer uma emboscada certeira para ele, eles queriam fazer ele pagar por cada minuto que ele fez Pablo sofrer.
Depois de algumas semanas, com tudo já combinado, Pablo decidiu entrar nessa vida de crime, ele acabou sendo o braço direito de Danilo, e ele mesmo entrou em contato com Cruz:
_ Eu quero falar com Cruz! - disse Pablo num tom de autoridade.
_ Quem é? - Disse alguém, com uma voz feminina parecendo que era a “secretária” dele.
_ Fale que eu sou o porta-voz do Danilo!
_ Só um minuto.
Pablo com muito nervosismo não parava de tremer, pois afinal estava conversando com um peixe grande, então de repente uma voz grossa disse:
_ O que você quer?
_ Quero conversar sobre o território do Danilo, que você estava interessado, lembra?
_ Hum... ele aprendeu a lição não é? - uma risada meio que medonha. - Mas assuntos assim tenho que conversar é com ele, não com um simples “escravo”, era ele que tinha que ligar, não você!!!
_ Mas melhor do que isso, ele quer encontrar com você para que possam conversar melhor.
_ Hum... interessante, vamos fazer o seguinte: me encontra sábado na Praça da Estação, às 14:00 em ponto, sem ninguém com ele, vamos fazer negócios.
_ Nós estaremos lá! - disse Pablo, em seguida desligou o telefone.
Esses dias de espera foram longos. Danilo andava de um lado para o outro pensando em um jeito certo e eficiente para poder dar certo sua armadilha e não só vingar o que ele fez com seu primo mas também de um certo modo iria conquistar o poder de Cruz, porque aliás se ele matasse Cruz ele teria um grande respeito daqueles que também atuavam naquele rumo.
Chegou então o dia esperado. O plano parecia que estava correndo tudo bem, só tinha uma coisa: eles sabiam que Cruz não seria burro o suficiente para cair em uma cilada tão fácil. Ele sabia que os seus “capangas” estariam lá e qualquer vacilo seria fatal. Então decidiram levar todos, mas quando eu falo todos, é porque são todos que eram amigos ou que trabalhavam para Danilo, cerca de 300 pessoas. Fizeram um plano de última hora. Apenas 10 (os de mais confiança) iriam com Pablo e Danilo enfrentar cara a cara Cruz sem arma alguma. Os demais ficariam escondidos por ali perto e outros em outros quarteirões. Danilo, que tinha um dinheiro guardado (aliás, uma boa quantia), comprou uma arma de longo alcance e “contratou” um antigo atirador de elite com experiência em diversas batalhas, esse era um rapaz simples que morava lá na comunidade, e o colocou em um prédio distante, com uma vista bastante ampla para a praça, esperando só o momento certo para dar um único tiro e encurralar os “capangas” do Cruz.
Então, às 14:00 em ponto, chega Cruz nem um pouco humilde em seu Carro de luxo (não vou falar a marca porque não quero fazer merchandising). Então o carro para e fica aquele silêncio parecendo filme, quando de repente desce um rapaz e abre a porta de trás. No que ele abriu a porta, desceu o tal Cruz, um homem já com um pouco de idade, mas não velho, em torno de uns 45 anos, mas mesmo assim se mostrava forte e impunha respeito, vestindo um casaco de couro e calça jeans e usando um óculos escuro estilo Ray Ban. O pior de tudo, ele estava acompanhado por aquela mulher que havia ajudado a fazer a emboscada para Pablo. Então ele tirou os óculos, olhos nos olhos de Pablo e Danilo e disse:
_ Isso que é vir desacompanhado?
_ Isso é somente uma precaução! Não sei do que você é capaz, então resolvi não confiar. - disse Pablo.
_ É, então você estava certo!
Nesse momento, vieram dois carros em alta velocidade, deram um 180º no meio da praça, desceram alguns homens e correram em direção de Cruz para cercá-lo e ainda vieram um monte de “capangas” fortemente armados para dar um certo “reforço” para Cruz. Nesse momento, as pessoas que estavam com Danilo vieram e o cercaram também, então Pablo virou para Cruz e falou:
_ Seu erro foi achar que nós éramos bobos!
_ Vocês não vão conseguir sair daqui com vida! - Falou Cruz em um tom ameaçador.
_ Será? - disse Danilo.
Nesse momento, o rapaz que o Danilo tinha contratado para ficar de “plantão” atirou bem na cabeça de Cruz, as pessoas cercaram Danilo e começou o tiroteio. Danilo e Pablo correram para lados diferentes, procuraram uma arma mais perto para ajudar e foram para cima dos capangas, mas os “capangas” de Cruz não foram páreos para os de Danilo.
Então, quando tudo acabou, todos ficaram com uma cara de espanto, pois ninguém nunca tinha passado por uma situação daquela. Mesmo com as mortes, Pablo até que ficou aliviado com tudo que aconteceu, mas quando ele procurou por Danilo ele viu o corpo dele estendido no chão, imediatamente ele saiu correndo para socorrê-lo. Chegando lá, Danilo tinha tomado um tiro no pulmão, já estava ficando sem ar, Pablo pegou-o no colo, com os olhos transbordando em lágrimas, e gritando apavorado ele disse:
_ ALGUEM CHAMA A PORRA DA AMBULÂNCIA !!!!!!!!!!
Danilo, quase não conseguindo falar disse:
_ Não precisa, Pablo, você foi forte o suficiente, cuide do que é meu e do que agora é nosso.
_ Danilo, não vá!!
_ Corra antes que a polícia chegue aqui.
Nesse momento, alguns amigos que estavam por perto ainda, pegaram Pablo pelos braços e tiraram ele de lá aos sons das sirenes.
Chegando ao morro, a noticia já tinha se espalhado e Pablo já era visto como o novo dono de lá e não somente dali, mas de todas as periferias que Cruz tinha algum controle e assim ele ficou conhecido por muitos e ficou sendo um dos mais procurados pela polícia. Pablo entrou de vez nessa vida, e é hoje o mais temido.

Eslon - 09

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

A maldição do coelho


Fabiano sempre brincava em um parque próximo à sua casa. Nesse parque havia alguns brinquedos e um bosque muito bonito. Às vezes, ele entrava no bosque, mas no máximo uns dez metros. Numa certa tarde, resolveu que ia explorar mais esse bosque. Então, foi adentrando quando se deparou com um coelho acinzentado. Mas não era um coelho pequeno, devia ter pelo menos um metro de altura, pois, para ficar mais estranho ainda, o animal estava ereto sobre as duas patas traseiras, Fabiano começou a ficar um pouco apreensivo diante daquela estranha criatura que já não mais parecia ser um simples coelho apesar de sua altura.
O estranho bicho ou um extraterrestre (já não se sabia mais o nome) começou a uivar, seus olhos se encheram de sangue, o lugar que até então era um bosque muito bonito ia ficando cada vez mais obscuro. Fabiano não achou alternativa a não ser correr em direção da escuridão, até que então avistou de longe uma sombra muito estranha. Chegando mais de perto, Fabiano percebeu que era seu primo Mateus.
Fabiano desesperado começou a gaguejar e Mateus sem entender nada tentou acalmar seu primo. Ele se acalmou e começou a contar para Mateus o que tinha acontecido no bosque. Mateus, muito curioso, resolveu entrar lá para ver se o que Fabiano estava dizendo era realmente verdade. Mateus entrou no bosque mas não viu nada, e voltou para trás, zoou seu primo por estar imaginando coisas e disse que Fabiano deve ter se assustado com uma borboletinha à toa que encostara-se a ele.
Fabiano ficou com raiva e foi para casa, mas não acreditava que o primo não tinha visto o coelho. Ele então resolveu voltar ao bosque no dia seguinte para provar que não estava ficando doido e nem imaginando coisas.
Chegando ao bosque, foi andando devagar até que deu de cara com o enorme coelho acinzentado, na hora Fabiano só pensava em correr, correr, e correr. De repente, ele olha para trás e não vê mais o coelho, olhando de um lado para o outro avista seu primo que não acredita na sua história de novo.
Em casa, Fabiano pensando no animal lembra-se de seu primo e conclui que ele pode ser o coelho. Desconfiado investiga seu primo, e descobriu que ele realmente era o coelho. Fabiano fica chocado e conversa com ele, e seu primo pede sua ajuda.
Eles procuram uma solução e Mateus descobre que quando criança sua mãe havia lhe enfeitiçado com um feitiço que ele se transformasse em coelho porque ela odiava crianças.
Mateus, assustado, corre para casa e pergunta a seu pai se é realmente tudo verdade. Seu pai logo tenta inventar uma história, mas Mateus percebe que é tudo verdade e vai logo perguntando como desfazer o feitiço. Seu pai lhe diz que não sabe, que quando sua mãe morreu não contara a ninguém e não sabia como o fazer voltar ao normal.
Mateus liga para Fabiano e conta a conversa que teve com o pai. Fabiano diz para ele que não pode viver daquela maneira para sempre. Mateus chorando diz que é o único jeito, ou então a morte.
Passaram-se os anos, os dois se casaram.
Num belo dia, Fabiano recebeu um telefonema da mulher de seu primo dizendo que ele estava morrendo e que queria vê-lo. Fabiano rapidamente se arrumou e foi ver seu primo. Chegando à casa de Mateus, sua esposa diz a Fabiano que era tarde demais, que Mateus acabara de morrer, mas deixou um lindo presente, um filho.

Hernany - 19

(Sem título)

Geraldo foi pescar com seu pai e uns amigos no Pantanal. A viagem foi tranquila e passaram por lugares muito bonitos. O passeio estava muito bom, havia pescado muitos peixes e visto muitos animais exóticos. No terceiro dia de pesca, depois de duas horas e vários peixes, Geraldo fisgou um. Estava muito pesado para ele e seu pai veio ajudar. Era como um dos maiores que já tinha visto antes. De repente começou uma tempestade muito forte, a correnteza começou a querer virar o barco e eles começaram a ficar em apuros sem saber o que fazer.
Um dos seus amigos teve a ideia de arrebentar a linha de pesca, pois ficou com medo de acontecer o pior, era melhor perder o peixe do que suas vidas. Com o passar do tempo a tempestade ficou mais tranquila e o sufoco foi passando.
Geraldo ficou chateado, tinha perdido uns dos maiores peixes da pescaria no momento. Seu amigo Roberto começou a distraí-los e percebeu que Geraldo não estava alegre com o ocorrido naquele momento.
- E aí? - disse Roberto. - É pra isso que servem os amigos. Nas horas difíceis e nos momentos alegres, ajudar uns aos outros.
No dia seguinte ficaram apreciando as maravilhas daquele lugar, nunca tinham visto nada igual. Geraldo começou a dizer o quanto é bom preservar o meio ambiente, assim ninguém sofre com as impurezas e más consequências que se acarreta, provocada pelo próprio do ser humano.

Victor - 33

(Sem título)

Pablo havia terminado seu último namoro a uns cinco meses, quando decidiu sair sozinho para o centro da cidade. Estava à procura de uma nova namorada: não era muito exigente, mas tinha alguns critérios. Entrou num bar, onde havia bastante gente e algumas pessoas estavam dançando. Ficou no balcão até que viu uma mulher linda, sentada em uma mesa, acenando na direção dele. Não acreditou que seria com ele, parecia uma visão do paraíso, mas depois da insistência da moça, Pablo foi se sentar com ela. A moça espantada ao ver ele se aproximando não teve reação, não disse nada e deixou ele se sentar. Ele, muito simpático, perguntou o nome dela e começaram a se conhecer melhor. No começo ela se espantou, mas foi logo se envolvendo, gostando do assunto e da forma com que Pablo a tratou.
Depois de muito conversar, das altas risadas, ao redor dos dois aquele bar não era nada naquele momento, não tinha tanta importância. A moça vendo que já estava há muito tempo com ele, disse que na verdade estava tentando chamar o garçom que estava logo atrás de Pablo, naquele momento antes dele aproximar-se dela, e não teve coragem de dizer que não era ele quem ela estava chamando.
Pablo naquele instante, suspirou e disse:
- Não tinha certeza se era comigo, mas estava sozinho aqui há um tempão e decidi tentar, agi por impulso e ao mesmo tempo tinha certeza do que estava fazendo.
A moça meiga, mas com um sorriso lindo no rosto, clamou a Pablo, dizendo:
- Se não houvesse essa oportunidade de você chegar até a mim, não voltaria para casa tão feliz, pois o motivo de estar aqui é na esperança de encontrar alguém que me faça feliz, nem que seja por uma noite apenas.
Depois de meses se encontrando, Pablo e a tão esperada moça do bar, Eloísa, formaram um belo casal, com planos para o futuro de ter uma família, enfim... Não se esqueceram jamais da forma com que se conheceram, e como foi uma mera coincidência que deram resultados felizes para os dois.

Ohana - 40

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ninguém pode substituir ninguém

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muita gente, pois estava muito frio naquela noite. De repente ela atravessa a rua com sua amiga sem olhar para os lados, mas a bolsa da sua amiga caíra e ela voltara para buscar antes de poder atravessar. Então Patrícia atravessa e um carro a atropela. Sua amiga fica desesperada sem saber o que fazer. A rua estava muito deserta, mas o cara que a atropelou parou o carro e resolveu dar assistência à garota. Ele ligou para a ambulância que a levou para o hospital. Chegando ao hospital a amiga de Patrícia ligou para a mãe dela. A mãe de Patrícia também ficou desesperada e foi para o hospital. Chegando lá, ela vê que sua filha está muito mal, e começa a chorar. E chorando ela pergunta ao médico qual o estado que sua filha se encontra. O médico tenta acalmá-la, pois sabia que Patrícia não resistiria. O médico acaba tendo que contar à mãe de Patrícia que ela não tem muito tempo de vida, e pede à mãe que avise os parentes.
No dia seguinte, a mãe chega ao hospital e recebe a notícia de que sua filha havia falecido. A mãe inconsolável, pede a Júlia, amiga de Patrícia, que cuide de tudo por ela. Júlia então vai ao necrotério levar as roupas, marca hora do velório e escolhe o cemitério para o enterro. Terminando, Júlia liga para a mãe de Patrícia e passa as coordenadas.
Chega a hora do enterro, com muita tristeza os familiares de Patrícia a enterram.
Chegando em casa, a mãe de Patrícia com muita angústia resolve tirar todas as suas roupas e objetos pessoais e doar para um instituto de caridade, pois não aguentaria ver os objetos e as roupas de sua filha, porque toda vez que ela pensava em sua filha lágrimas escorriam de seus olhos, ela era filha única.
Com o passar do tempo, a mãe de Patrícia vai superando, mas nunca se esquece, até que ela engravida novamente, e em homenagem a sua primeira filha ela dá o mesmo nome: Patrícia.
Patrícia cresce e ensina para sua mãe que ninguém pode substituir ninguém, porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes.

Raphael Fidelis - 28