terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O grito


Mariana havia se mudado com sua família para uma casa na periferia. A casa era bem antiga, mas era muito espaçosa, havia quartos que não iria usar e outros cômodos que nem havia entrado. Depois de terem colocado as coisas no lugar, todos foram para a cozinha, mas Mariana decidiu dar uma olhada em um quarto que havia permanecido fechado.
Quando ela já estava lá dentro ela percebe umas manchas de sangue na parede e ao se aproximar, a porta bate, assustando-a. Com o susto, ela sai correndo do quarto e volta imediatamente para a cozinha onde estão todos a conversar enquanto dona Lúcia preparava o jantar.
- Que isso, menina? - Perguntou a mãe dela preocupada com a cara de espanto da menina.
- Nada, não foi nada. Não foi.
- Não foi o que? Você está bem?
- É porque eu estava em um dos quartos lá de cima quando a porta bateu sozinha, aí eu me me assustei, foi só isso.
- Então vá lavar as mãos e venha jantar porque temos que dormir cedo, amanhã vai ser um dia longo.
Após o jantar todos se recolheram, inclusive Mariana.
Mariana estava dormindo quando teve um sonho muito estranho, sonhava que o quarto dela estava todo sujo de sangue e que uma menina ensanguentada pedia ajuda para ela, mas ela estava amarrada na cama, e gritava alguém para ajudar ela e a pobre menina, até que ela acorda e se vê sentada na cama com sua mãe acalmando-a.
- Calma, já passou.
- Foi horrível, eu estava amarrada e não podia fazer nada para ajudá-la. - Fala Mariana aos prantos.
- Mas ela quem?
- A menina do sonho.
- Então, filha, foi somente um sonho. - Fala dona Lúcia pacientemente. - Agora vá se deitar e tente dormir, pois agora já são 03h30min da madrugada. Boa noite.
- Boa noite, mãe.
Dona Lúcia beija a filha e vai para o quarto dela.
- Eugênio, o que você acha que está acontecendo?
- Lúcia, não se preocupe, ela só não se acostumou com a casa nova.
- Pode ser mesmo né, vamos dar tempo ao tempo.
No outro dia na hora do café ninguém tocou no assunto do pesadelo, o senhor Eugênio foi trabalhar logo após o café. Dona Lúcia e Mariana foram ver a nova escola.
Quando chegaram da visita à nova escola, elas almoçaram e Mariana foi para a sala. Quando entrou na sala, ela não estava acreditando no que via. Ela estava vendo uma menina, a mesma menina do sonho da noite, mas ela não estava da mesma forma, estava arrumada como se fosse a um parque. Mariana assustou-se mesmo assim.
Passado um tempo, ela estava na escola e seu professor de química tinha uma mediunidade e logo percebeu que algo estava anormal com a Mariana.
- Mariana, você pratica algum rito de magia?
- Não professor Saulo, mais por que a pergunta?
- É só uma curiosidade. Mas você emite uma energia positiva muito grande, por acaso você vê coisas que ninguém vê?
Quando ele disse isso ela se lembrou do sonho e da visão.
- Professor, posso te contar algo? Mas o senhor não pode falar para ninguém, tá?
O professor fez apenas um sinal positivo com a cabeça.
- Bom, Saulo, eu sonhei com uma menina. - Ela, com uma voz trêmula e olhar tenso - ela aparecia toda machucada e depois eu estava acordada e eu a vi, mas não era sonho, eu sei, era ela, mas ela estava arrumadinha como se fosse a um passeio, sei lá...
- Você é uma menina especial e sabe disso.
- Eu tenho um pouco de medo, sei lá...
- Quando você ver essa menina tente falar com ela.
- Vou ver. - Ela se despede rapidamente do professor e sai da sala como se tivesse fugindo de algo ou alguém.
Chegou em casa e contou tudo para sua mãe. Ela disse que isso era bobeira de exotérico.
Quando estava indo para o quarto, ela se depara com a menina e ia sair correndo, mas se lembrou do que o professor e disse.
- Quem é você, o que você quer comigo?
- Eu sou a Sophie e eu vim te avisar que você vai morrer.
- Como assim, como você sabe?
E num piscar de olhos a menina some e Mariana ficou um pouco apreensiva, mas por medo ela começou a fazer coisas que teria que fazer: como pedir desculpas, dizer que ama e alguns dias quando ela estava indo para a escola sua mãe a chama e diz:
- Filha, eu te amo muito, me dá um abraço.
- Eu também, mãe. - Abraçando a mãe dela.
- Vai com Deus.
Parecia que a mãe dela queria dizer algo para ela, mas que não saía. E Mariana saiu por aquela porta. Algumas horas depois o telefone toca com a notícia de que Mariana teria sido vítima de uma tentativa de assalto que acabou em morte.
Mas uma certeza todos tinham: que ela se foi mas cumpriu sua missão.

Lucas Vinícius - 25

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