terça-feira, 27 de dezembro de 2011

O mistério da caverna

Fernando estava em uma excursão com seus colegas da escola. Eles foram para gruta da Lapinha num sábado. Todos estavam se divertindo muito com a bela paisagem. Quando entraram numa trilha, Fernando ficou admirando as estalactites milenares e não percebeu que os colegas haviam continuado a andar. Quando se deu conta, estava perdido. Rodando dentro da gruta, preocupado em ser deixado para trás, o rapaz acabou encontrando mais dois amigos, Alice e Pedro. E os três começaram a procurar desesperados pelo resto do grupo. Eles gritaram, tentaram o celular choraram, rodaram, mas não viram nem sinal do pessoal.
Aquele era um sábado de tempo nublado e frio, mas o momento de estresse dos garotos fez com que sentissem calor deixando suas blusas de frio em cima de uma pedra onde haviam parado por alguns minutos para descansar.
A noite já vinha caindo. Fadigados, resolveram deitar em um dos vários becos da caverna, até porque mesmo com a lanterna já não estavam enxergando muito bem.
Pedro foi quem acordou primeiro, e se assustou com que estava vendo. Eles já não estavam mais onde haviam parado para dormir, mas sim no alto de uma rocha à beira-mar. Esfregou os olhos para ter certeza de que o que estava vendo era real, acordou os amigos aos berros dizendo:
- Nando, Alice! Olhem onde estamos, como viemos parar aqui? Estou sonhando?
E os amigos o responderam começando por Fernando:
- Como assim? Nós não saímos do lugar, que loucura!
- Gente, que brincadeira é essa?
E no meio de todo aquele falatório houve um silêncio repentino.
Um barulho muito suspeito que começava longe parecia se aproximar. Era como algo muito pesado a rolar pelo chão. Então olharam para o outro lado daquele pico e...
- Nossa!
- Não acredito!
- Eu quero ir embora daqui!
Eles avistaram uma cidade totalmente feita de pedras empilhadas, onde tinham pessoas muito mal vestidas. Começaram então a descer correndo em direção aquela estranha civilização, mas que no momento aparentemente seria a solução deles.
Quando já estavam perto daquele povo viram que pessoas chicoteavam pessoas mais mal vestidas, mirradas e com semblante triste.
Pedro então gritou:
- Que absurdo é esse, como vocês podem estar fazendo isto em pleno o século XXI?
- Fernando logo o puxou para o meio dos arbustos e começou a xingar:
- Cara, você é louco? Não percebeu o que se passa?
E Alice disse:
- O que se passa, Fê?
- Nós não estamos no século XXI!
- Não?
- É claro que não! Isto tudo está mais é para Idade da Pedra. Não sei como, mas parece que ao dormirmos na gruta voltamos no tempo em uma espécie de regressão psicológica, acho que na verdade estamos presos em nossas próprias mentes!
- Que horror, e o que fazemos para sair daqui.
- Não sei.
E Pedro fala:
- Já sei! Se a gente for lá e levar uma surra daqueles caras talvez possamos conseguir voltar!
- Pedro, cala a boca! Não força a gente a te dar um soco. - disse Alice, que gostava de Pedro, mas às vezes não suportava sua infantilidade e tinha uma paixãozinha por Fernando, a quem só chamava de Fê.
Em meio a toda aquela confusão, chegou um pequeno garoto chamado Jós e falou:
- Vocês não são daqui não é? Pude perceber pelo pouco da conversa de vocês, que eu estava ouvindo. Posso dar um conselho?
- Pode. - disseram os três assustados.
- Fujam, saiam daqui enquanto há tempo, pois uma vez marcados jamais conseguirão sair daqui.
Eles agradeceram à criança e, como já estavam com medo do lugar, saíram correndo.
Já estafados, com fome e sono, deitaram embaixo de uma árvore imensa dentro de uma mata para onde haviam corrido. Novamente Pedro, Alice e Fê se deitaram, sendo que Alice ouviu uma romântica declaração de Fê que dizia:
- Não estou feliz por estar aqui, mas já que estou, que bom que tenho você comigo!
E Alice respondeu:
- Fê, eu sempre te amei!
- E você só fala isso agora?
- É, tinha medo de sua reação ao saber disto.
- Então saiba que meu sentimento por você é recíproco!
Pedro quebrando o clima resmunga:
- Aí! Parem com essa melação que eu quero dormir.
Então o casal apaixonado se beijou e adormeceram abraçadinhos.
Ao amanhecer, acordaram com os berros dos bombeiros e professores que vibravam por encontrar, na gruta da Lapinha, os três alunos perdidos sãos e salvos.
Depois de algumas horas em observação no hospital, Alice, Pedro e Fernando se encontraram na lanchonete do mesmo. Estava aquele silêncio. Alice não aguentou:
- Gente, vocês por acaso lembram da cidade de pedra, do que a gente viveu?
- Você também? - disse Pedro.
E Fê:
- Nossa, achei que tinha sido somente um sonho meu! Sinistro.
Então os jovens encabulados por terem sonhado a mesma coisa decidiram que voltariam ao misterioso local para descobrir qual era o mistério daquela caverna, onde aconteceram tantas coisas, inclusive deu vida e trouxe para à realidade o intenso amor de Alice e Fernando!

Cibelle - 37

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