terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O preço de uma amizade

Patrícia estava em uma festa na casa de amigos. A festa estava boa, mas já estava quase no fim e ela decidiu ir embora com uma amiga. Despediram-se de todos e foram caminhando para casa às 11 horas da noite. No caminho não havia muito gente, pois estava muito frio naquela noite. De repente avistaram um homem vindo em suas direções, ficaram apreensivas, mas não deram bandeira, estavam com medo do que poderia acontecer, decidiram então mudar de calçada para ver se não era cisma. Foi aí que descobriram que estavam mesmo sendo perseguidas por este homem aparentemente normal. Começaram então a andar mais rápido e, no caminho, encontraram uma casa velha, caindo aos pedaços. Bateram na porta e ninguém atendeu, olharam para trás e o homem não mais as perseguia.
Curiosas com aquela casinha velha continuaram a bater, sem sucesso, decidiram entrar, uma vez que a porta estava aberta.
Logo na entrada um gato muito gordo e vistoso apareceu e começou a ronronar, perceberam então que o bichano estava com fome.
Adentrando mais ainda a casa, viram muitos cômodos. Apesar da casa não aparentar, era bastante compacta por dentro, e em um desses cômodos perceberam que estava trancado.
Patrícia e sua amiga Andréia então começaram a forçar a fechadura e como era muito velha conseguiram abrir a porta. Estava tudo muito empoeirado, era um quarto lindo de menina, todo lilás, brinquedos, bonecas em cima da cama, tudo o que uma garota podia sonhar. Andréia então percebeu que Patrícia havia ficado bastante chocada, perguntou a amiga o que havia acontecido, foi aí que descobriu que o quarto de Patrícia era exatamente igual aquele.
Começaram a achar que não estavam ali por acaso, e que aquele homem também não as seguia à toa. Ficaram bastante apreensivas com o fato. De repente a porta da frente bateu, elas levaram um susto. Quando olharam para a porta lá estava o homem que as havia perseguido. Com muito medo, Patrícia e Andréia saíram correndo pela casa gritando muito. Desesperadas entraram no banheiro muito úmido e escuro. Ficaram lá por alguns minutos. Andréia comentou com Patrícia:
_ Estou com muito medo, amiga! O que vamos fazer? Como vamos sair dessa casa?
Patrícia:
_ Calma! Vamos pensar um pouco.
Andréia:
_ Vamos sair e conversar com este homem, e saber afinal o que ele quer de nós?
Patrícia:
_ Estou com muito medo, mas vamos sim, não quero ficar aqui presa pra sempre.
Com muita coragem as duas levantaram-se, respiraram fundo, abriram a porta bem devagar para não fazer barulho.
Saíram bem caladas e passaram pela sala, viram uma poltrona virada para a lareira, avistaram o homem nela sentado, avistaram também a porta de saída e começaram a andar em direção a ela. No mesmo instante o homem falou:
_ Já vão embora? Mal chegaram!
Assustada, Andréia perguntou o que ele queria, e o que esperava das duas. Muito calmo o homem respondeu:
_ Calma, meninas. Só queria companhia, minha filhinha morreu há muitos anos, desde então ando todos os dias à noite para distrair a cabeça, quando vi vocês duas andando sozinhas, pensei que poderia ter acontecido algo, fiquei preocupado, ia acompanhar as duas até em casa. Mas de repente entraram em minha casa, só quis alertá-las sobre o perigo de andar à noite. Desculpe se as assustei, mas não deu tempo de conversar com vocês, afinal ficaram com medo e não deixaram eu me aproximar.
Com muita vergonha daquela situação, Patrícia e Andréia começaram a rir e viram que o tal homem assustador não passava de um senhor de idade avançada, muito simpático, e bastante feliz por ter visita em casa. Como ele mesmo disse sua filha morreu em um acidente de carro com a mãe e ele há muitos anos vivia só.
Depois de algum tempo conversando com o senhor, foram embora acompanhadas é claro pelo bom velhinho. Voltaram mais vezes na casa desse senhor e até hoje riem dessa história.

Bruna Pessoa - 03

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