sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Argos

Ana Lua e Felipa gostavam de brincar em um bosque próximo de suas casas. Era um bosque muito bonito com arvores de copas altas, troncos largos e folhas verdinhas. Às vezes, elas entravam no bosque para brincar, mas apenas alguns metros, nunca iam muito longe. Numa tarde de domingo, Ana Lua e Felipa brincavam na entrada do bosque como sempre faziam. Quando, Ana Lua de repente com os olhos fixos começou a caminhar na direção do bosque como se estivesse hipnotizada. Felipa sentiu uma sensação estranha, olhou para os lados, mas não viu nada, enquanto Ana Lua caminha em direção ao bosque, Felipa ficou assustada pediu a Ana para irem embora, mas Ana não a ouviu. E sem perceber Felipa e Ana vão parar no meio do bosque, diante de um coelho com orelhas enormes mais de 1m de altura de cor acinzentada, olhos expressivos e uma mancha branca em forma de coração em uma das orelhas, erguido sobre suas patas traseiras. O coelho então fala:
_ Olá meninas que bom encontrá-las!
Com a voz do coelho, Ana Lua então recobra a consciência e percebe que não está mais no início do bosque.
_ Deixe-me apresentar, meu nome é Abante e sou habitante de Argos e gostaria que me acompanhassem se não for incômodo, é claro!
O coelho então começa a saltitar em meio às árvores e desaparece. Ana e Felipa começam a seguir o coelho, e os três seguem bosque adentro e param diante de uma clareira onde havia uma única árvore no centro. Árvore de beleza cativante, tanto por sua robustez quanto pela beleza delicada e suas flores. De repente Abante corre em disparada e salta bem na direção da árvore. Felipa grita:
_ Não!
Abante misteriosamente desaparece em um feixe luz azul muito brilhante. Ana e Felipa não acreditam no que veem. Naquele momento algo as dizia para seguir o coelho, Felipa segurou forte a mão de Ana Lua e as duas saíram em disparada para a árvore, quanto mais se aproximavam dela o frio em suas barrigas era mais forte e na hora do salto, apenas um clarão e uma sensação de estar voando e em alguns instantes chegaram a um lugar misterioso. O céu era de um azul inexplicável com nuvens que mais pareciam algodão e a grama era tão macia que ao pisar a sensação era de estar caminhando sobre um imenso tapete verde de veludo. Ana mais que depressa tirou seus sapatos e começou a caminhar descalça sentindo uma sensação nova, a de estar flutuando. Abante interrompe aquele momento e com certa tensão em sua voz, e diz que precisa da ajuda delas. Ana e Felipa não entendem e perguntam o que está acontecendo.
_ Meninas, este mundo está desaparecendo, a cada dia o nada está consumindo Argos, e precisamos da ajuda de vocês, já não sabemos mais o que fazer. Se não agirmos rapidamente será o fim de Argos e logo os sonhos de todas as crianças da terra.
Ana pergunta:
_ Como assim os sonhos de todas nós crianças?
_ Ana, nossa energia vem da criatividade e imaginação de vocês, nós somos uma pequena parte de todas as crianças no mundo, mas nos últimos tempos a nossa energia tem se esgotado, as crianças já não brincam mais umas com as outras, os livros com nossas histórias estão sendo esquecidos e dando lugar ao que vocês chamam de tecnologia.
Abante, neste momento encontrava-se com os olhos cheios de lágrimas, perdidos no tempo. Ana não entendeu e pergunta a Abante o que é o nada.
_ O nada é o sombrio, é a completa escuridão, nele não existe vida. Mas existe uma esperança, a história precisa ser escrita dentro da história por alguém de coração puro que realmente acredite em seus sonhos, e nós de Argos acreditamos que seja você Ana.
Ana diz que não pode ser ela, porque ela é só uma criança comum, e não uma heroína, pois não pode nem andar sozinha, sua minha mãe não deixa. O que dirá salvar um reino inteiro.
_ Ana, você é mais especial do que imagina. Lembra-se de quando sua mãe leu pela primeira vez um livro de histórias encantadas para que você dormisse? Foi neste dia que você me criou, sou da mesma forma desde aquela noite.
_ Mas como pode, eu era muito pequena. Isso é impossível, essas coisas não existem!
_ Como não? Olhe em volta, estou bem à sua frente, você não está enlouquecendo, só está dando vida a seus sonhos, e isso é importante.
_ Não sei o que fazer para salvar Argos.
_ Pense, minha querida. A resposta está em suas mãos, não é muito difícil. Você só precisa continuar a dar vida a seus sonhos.
Ana ficou pensativa por um tempo, mas logo ficou com um brilho diferente no olhar.
_ É só isso o que tenho que fazer?
_ Sim, continue a dar vida a seus sonhos, só que agora com mais intensidade e vontade. Vamos, você consegue, acredite!
Ana mais que depressa naquele momento deitou-se no tapete de verde e macio e começou a sonhar, suas expressões eram de felicidade. De repente um pássaro de cores fortes passa por sobre a cabeça de Felipa deixando uma revoada de brilhos coloridos pelo ar. Felipa se assusta, mas logo fica encantada com a cena.
_ Olhe, Felipa, Ana está dando vida nova para Argos.
Aquele imenso tapete verde foi mudando diante dos olhos de Felipa e Abante, flores foram surgindo, árvores nasceram e outros seres também apareceram como a família de Abante, que o nada havia levado, naquele instante a felicidade tomou conta de Abante. Ele correu e deu um abraço tão apertado em sua família que Felipa mesmo estando longe pode sentir. Ana levanta-se e vê que Argos está diferente. Abante agradece Ana e lhe apresenta sua família, sua esposa Lily e suas filhas Jade e Esmeralda.
_ Meninas, gostaria muito que ficassem aqui, mas infelizmente não é possível, pois colocaria em risco o equilíbrio entre os dois mundos.
Abante entrega uma rosa para Ana e pede para que Felipa também a segure, assim que Felipa tocou a rosa elas voltaram para a clareira onde estava a entrada de Argos, mas a rosa ainda permanecia com elas. Ana ainda guarda a rosa com carinho para lembrar da importância de sonhar.

Camila Alves - 05

Um comentário:

  1. Camila que testamento este que você fez kkkkkkkkkkkk
    Alexandre 306

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